Sam Altman e Satya Nadella: CEOs de OpenAI e Microsoft (Justin Sullivan/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 10 de julho de 2025 às 11h54.
Microsoft e OpenAI são duas das principais forças na corrida da inteligência artificial. Enquanto a primeira tem 50 anos de história e tenta se manter relevante na nova era da IA, inclusive por meio de investimentos bilionários na segunda, esta se tornou pioneira no mercado de chatbots com o ChatGPT, lançado em novembro 2022. A relação entre as duas empresas, que já estava estremecida, pode ser ainda mais impactada com o lançamento de um modelo de linguagem com "pesos abertos" (open-weight) pela OpenAI.
De acordo com informações da The Verge, o lançamento pode ser realizado já na próxima semana. Este modelo será um marco para a OpenAI, que, desde o GPT-2, utiliza modelos fechados, ou seja, com parâmetros de treinamento (chamados “pesos”) não acessíveis publicamente.
Com a nova abordagem, a OpenAI oferece um modelo aberto, permitindo que empresas e governos possam executá-lo de forma independente, semelhante ao que ocorreu com o modelo R1 da DeepSeek. Fontes próximas à OpenAI confirmaram que o novo modelo estará disponível em plataformas como Azure, Hugging Face, entre outros grandes provedores de nuvem.
Devido ao aumento do número de concorrentes lançando ou abrindo códigos de seus modelos, a OpenAI vinha se preparando para fornecer uma alternativa a eles. Entretanto, apesar da promessa de ser aberto, há uma diferença fundamental entre “código aberto” e “pesos abertos”, já que o que está realmente sendo liberado são os pesos de treinamento e não o código ou o treinamento propriamente dito. Isso gera dúvidas sobre o quão aberto o modelo da OpenAI, de fato, será.
Enquanto Microsoft e OpenAI continuam a divergir sobre inteligência artificial geral (AGI) e negociar um contrato que permitirá à desenvolvedora do ChatGPT se reestruturar como uma companhia com fins lucrativos, a OpenAI segue expandido suas operações e consolidando sua posição no dinâmico e competitivo mercado de IA.
Comandada por Sam Altman, a empresa está reforçando sua segurança contra espionagem de rivais chineses, contratando talentos do setor para repor perdas, especialmente, para a Meta e preparando um navegador baseado em IA para competir com o Google Chrome.
Desde 2023, a Microsoft é parceira exclusiva da OpenAI, o que lhe garante acesso à maioria dos modelos da empresa e direitos exclusivos para comercializá-los através de seus serviços Azure OpenAI. No entanto, o lançamento de um modelo aberto pode mudar esse cenário, já que outros provedores de nuvem terão a possibilidade de hospedar a IA. Isso pode afetar a posição dominante da Microsoft no mercado de IA, já que a competição aumentará.
Além disso, a Microsoft compartilha 20% da receita do Azure OpenAI com a OpenAI, criando uma relação simbiótica entre as duas. Esse novo modelo aberto pode alterar essa dinâmica, pois pode fazer com que alguns clientes do Azure a buscar opções mais baratas ou até migrar para outros provedores de nuvem.