Análise de conversa de três semanas mostra que IAs necessitam de reforços em protocolos de segurança; OpenAI garante maior segurança do modelo atual (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 18h00.
Última atualização em 22 de outubro de 2025 às 08h08.
Na terça-feira, 21, as ações da Alphabet caíram 3% após a OpenAI divulgar seu primeiro navegador completo com inteligência artificial, o ChatGPT Atlas. O anúncio foi feito por meio de um teaser de cinco segundos publicado no X (antigo Twitter), mostrando apenas três abas: "Transmissão ao vivo", "Hoje" e "10h (horário do Pacífico)".
Horas antes da transmissão no YouTube, o CEO da OpenAI, Sam Altman, publicou que a empresa estava lançando um produto com o qual estava "muito animado!". A live foi intitulada “Apresentando o ChatGPT Atlas”, e confirmou o lançamento do navegador. Segundo a empresa, o software já está disponível para usuários do sistema macOS, com versões para Windows, iOS e Android previstas “em breve”.
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A novidade amplia o foco da OpenAI para além de chatbots, e posiciona a companhia diretamente na disputa por usuários de navegadores baseados em IA. O Atlas entra no mercado como concorrente direto do Chrome, do Google, e do Comet, lançado pela Perplexity no início de outubro.
A OpenAI já havia experimentado recursos similares com o Operator, um agente de tarefas que utilizava um navegador embutido. Mas o Atlas, agora, é um navegador completo. A movimentação amplia o escopo da empresa, que desde 2022 vem acelerando lançamentos após o sucesso inicial do ChatGPT.
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Em setembro, o Google integrou sua IA generativa Gemini ao navegador Chrome. A ferramenta permite realizar buscas, gerenciar abas e interagir com conteúdos em uma única interface. A integração é uma resposta à crescente pressão por inovação em IA — pressão que aumentou desde que a OpenAI revelou seus primeiros avanços.
Concorrente menos tradicional, a Perplexity lançou o Comet, um navegador com IA que unifica diversas tarefas digitais, como compras, organização de abas, respostas por e-mail e pesquisas. A proposta é fazer frente à fragmentação dos apps no cotidiano digital, algo que o Atlas também parece querer resolver.
O lançamento, no entanto, tem gerado repercussões mais fortes em cima do Google. Durante um evento da Salesforce na semana passada, Sundar Pichai, CEO da Alphabet, admitiu que a OpenAI ganhou o timing do setor. “Mas você está certo, crédito à OpenAI, eles lançaram primeiro”, disse o executivo, em conversa com o CEO da Salesforce, Marc Benioff.
Pichai afirmou que o Google já trabalhava em um chatbot próprio, mas não o lançou antes por temer danos à reputação. Segundo ele, o produto ainda não estava pronto para o público geral. Após o lançamento do ChatGPT, o Google declarou “código vermelho” e redirecionou times inteiros para trabalhar em soluções com IA.
Em março de 2023, a empresa lançou o Bard — posteriormente renomeado para Gemini — e tenta desde então recuperar o espaço perdido na percepção pública. “Sabíamos que a janela havia se aberto”, disse Pichai sobre o lançamento do ChatGPT. O atraso, segundo ele, não foi por falta de preparo técnico, mas sim por cautela.