Inteligência Artificial

Para alcançar OpenAI, Musk investe bilhões no supercomputador Colossus 2

Supercomputador com 550 mil chips Nvidia é parte da tentativa para alcançar a liderança da OpenAI no mercado de inteligência artificial, mas enfrenta desafios ambientais

Elon Musk: CEO da xAI (Wikimedia Commons)

Elon Musk: CEO da xAI (Wikimedia Commons)

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 07h34.

Na corrida para desenvolver a inteligência artificial mais avançada do mundo, Elon Musk não quer ficar para trás.

Em uma área de 114 acres, situada entre os estados de Tennessee e Mississippi, a xAI, sua startup de IA, prepara o terreno para a construção de uma usina capaz de gerar mais de 1 gigawatt de eletricidade, energia suficiente para abastecer cerca de 800 mil residências.

O plano é conectar essa usina a um data center de 1 milhão de pés² (cerca de 93 mil m²) no lado do Tennessee — uma ligação essencial para a ambição de Musk. No coração dessa operação está o supercomputador Colossus, já em funcionamento, e o projeto de expansão para uma versão ainda mais poderosa: o Colossus 2.

Com mais de 200 mil chips da Nvidia, o supercomputador já em operação é a espinha dorsal do chatbot de IA Grok. Musk agora corre contra o tempo para concluir o Colossus 2, com previsão de 550 mil chips — futuramente, segundo o CEO, a instalação pode chegar a 1 milhão — e investimento estimado em “várias dezenas de bilhões” de dólares.

Só os 300 mil chips adicionais da Nvidia exigem pelo menos US$ 18 bilhões, segundo fontes citadas pelo Wall Street Journal. Esse cenário tem levado analistas a descreverem a corrida pela construção de infraestrutura para IA como “o mais caro duelo corporativo do século XXI”. Estima-se que o setor gastará mais de US$ 3 trilhões até o final da década.

Para custear essa empreitada, a xAI já levantou US$ 10 bilhões em dívida e capital – inclusive um aporte de US$ 2 bilhões da SpaceX, também de Musk. As operações previstas para 2025 indicam que a empresa poderá gastar US$ 13 bilhões em caixa somente neste ano.

Diferentemente dos setores de veículos elétricos (EVs), foguetes e chips cerebrais — nos quais Musk é pioneiro e líder —, na IA os investimentos massivos são fundamentais para alcançar rivais como a OpenAI, da qual Musk foi um dos fundadores. No entanto, a relação entre ele e o CEO Sam Altman se deteriorou nos últimos anos. Hoje, ela é marcada por disputas em diversas áreas.

Impactos ambientais e desafios locais

Embora a xAI prometa gerar renovações urbanas em Memphis — doações para escolas, investimentos públicos e outras melhorias —, os impactos reais provocam resistência. Os data centers trarão poucas centenas de empregos, mas exigirão milhões de galões de água por dia e um consumo energético superior ao de todas as casas da cidade.

Em bairros predominantemente negros e de baixa renda próximos ao Colossus, moradores já relataram cheiro de gás e preocupações com as emissões de poluentes — como óxidos de nitrogênio — provenientes de turbinas a gás natural usadas como fonte temporária de energia.

As autoridades de Memphis afirmam que os testes recentes não detectaram poluentes além dos limites permitidos, mas o Conselho Municipal aprovou destinar 25% das receitas fiscais da xAI para comunidades locais.

Nesse cenário, críticos apontam que os subsídios indiretos — como descontos na conta de luz em troca da construção de subestações — podem resultar em aumento das tarifas para os consumidores. No final, o projeto, de grande porte, pode gerar mais poluição do que benefícios para a cidade, mas é fundamental para a empreitada de Elon Musk na corrida pela IA mais avançada do mundo.

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