A Periodic Labs foi fundada por Liam Fedus, ex-OpenAI, e Ekin Dogus Cubuk, ex-Google DeepMind
Redator
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 15h27.
Em seus esforços para reposicionar a Meta na corrida pela inteligência artificial mais avançada do mundo, Mark Zuckerberg fez uma oferta vultuosa a Rishabh Agarwal, convidando-o para integrar o novo laboratório de IA da empresa, o Meta Superintelligence Labs (MSL), com um pacote milionário de salário e ações. No entanto, embora já fosse funcionário da Meta, Agarwal recusou a proposta para se juntar a uma nova startup do Vale do Silício: a Periodic Labs.
Agarwal é um dos mais de 20 pesquisadores que deixaram suas posições na Meta, na OpenAI ou no Google DeepMind nas últimas semanas para se unir à Periodic Labs. Muitos deles abriram mão de milhões – ou até centenas de milhões – de dólares para fazer essa mudança. O objetivo? Construir uma IA voltada para acelerar descobertas científicas, com foco em áreas como física e química.
Ao contrário das grandes empresas de IA, que buscam criar uma “superinteligência” ou chegar à inteligência artificial geral (AGI), um conceito vago e muitas vezes indefinido, o foco da Periodic Labs é a aplicação prática da IA para impulsionar a ciência.
“O principal objetivo da IA não é automatizar empregos de colarinho branco [responsáveis por tarefas como as de escritório ou administração], mas acelerar a ciência”, afirmou Liam Fedus, cofundador da startup e ex-pesquisador da OpenAI, responsável pela criação do chatbot ChatGPT. Ele deixou a pioneira da IA generativa em março para fundar a nova startup junto com Ekin Dogus Cubuk, ex-Google DeepMind, o laboratório de IA da gigante da tecnologia.
Embora outras empresas também explorem como a IA pode acelerar descobertas científicas — como o projeto AlphaFold, pelo qual pesquisadores do Google DeepMind foram premiados com o Nobel de Química por avanços com impactos potenciais na descoberta de medicamento —, Fedus acredita que essas iniciativas estão no caminho errado. Para ele, o Vale do Silício está “intelectualmente preguiçoso” e não está focado em impulsionar verdadeiras descobertas científicas.
Com essa abordagem, Fedus, Cubuk e os mais de 20 pesquisadores que se juntaram à Periodics Labs buscam resgatar uma época em que as principais operações de pesquisa da indústria de tecnologia, como as do Bell Labs e da IBM, viam as ciências físicas como uma parte fundamental de sua missão.