Inteligência Artificial

Quem é Alexandr Wang, o prodígio da IA que vai liderar a superinteligência da Meta

CEO da Scale AI, Wang foi recrutado por Zuckerberg para integrar um novo laboratório que busca desenvolver a próxima geração de inteligência artificial

Alexandr Wang: CEO da Scale AI (Drew Angerer/Getty Images)

Alexandr Wang: CEO da Scale AI (Drew Angerer/Getty Images)

Publicado em 10 de junho de 2025 às 09h55.

Última atualização em 10 de junho de 2025 às 09h57.

A Meta está intensificando seus esforços para liderar a corrida pela inteligência artificial, mirando o desenvolvimento de modelos mais avançados rumo à chamada superinteligência — ou inteligência artificial geral (AGI). Nos últimos dias, a empresa entrou em negociações para investir US$ 10 bilhões na startup Scale AI e formar um novo laboratório, em resposta às frustrações com os resultados atuais e ao desejo de competir de igual para igual com Google, OpenAI e outras gigantes do setor.

Tradicionalmente voltada ao desenvolvimento interno de suas tecnologias, a Meta quebra um padrão ao realizar o maior aporte externo de sua história. A Scale AI, fundada por Alexandr Wang, é especializada na organização e rotulagem de dados para treinar modelos de machine learning — um ativo crucial na corrida da IA. Tanto a Meta quanto a Scale compartilham interesse em aplicações de defesa, o que fortalece a sinergia.

Segundo reportagens do New York Times e da Bloomberg, Wang foi recrutado pessoalmente por Mark Zuckerberg e deve se juntar ao novo time da Meta. Aos 27 anos, Wang é considerado um dos prodígios da inteligência artificial e uma das figuras mais influentes da nova geração de empreendedores de tecnologia.

Para formar a superequipe, a Meta também tem mirado em pesquisadores de empresas concorrentes, como Google e OpenAI, oferecendo pacotes de remuneração entre US$ 1 milhão e US$ 100 milhões. Embora os nomes dos recrutados não sejam divulgados, alguns já teriam aceitado as propostas, conforme o New York Times.

Esse novo laboratório faz parte de uma reorganização interna após uma série de dificuldades. Entre os entraves recentes, estão o adiamento do modelo “Behemoth” — anunciado como superior às ofertas da concorrência — e a debandada de talentos para outras empresas. A nova estratégia visa corrigir essas falhas e recolocar a Meta na disputa central da IA.

Apesar da ambição de alcançar uma inteligência que supere as capacidades humanas, o foco imediato é a AGI — uma IA capaz de realizar tarefas cognitivas de forma tão eficiente quanto os humanos. A ideia de Zuckerberg é que, uma vez dominada essa tecnologia, ela seja incorporada aos produtos da empresa, como o chatbot Meta AI e os óculos Ray-Ban AI.

Como parte desse plano, a Meta tem adotado uma estratégia de código aberto, liberando seus modelos — como a família Llama — para a comunidade global de desenvolvedores, em uma tentativa de ampliar sua influência no ecossistema.

Dificuldades e correção de rota

Apesar dos investimentos, a Meta tem enfrentado críticas quanto ao desempenho de seus modelos mais recentes. O Llama 4, lançado em abril, recebeu avaliações mistas, especialmente após testes independentes questionarem sua vantagem sobre os modelos da OpenAI e Anthropic.

A colaboração com a Scale AI é vista internamente como um caminho para corrigir essas deficiências e acelerar o desenvolvimento de uma IA mais poderosa. Com o reforço de Alexandr Wang e de especialistas recrutados de concorrentes, Zuckerberg pretende recolocar a Meta como protagonista global na corrida da superinteligência.

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