Redator
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 15h41.
Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 15h42.
Apesar do crescente entusiasmo em torno da inteligência artificial generativa, a realidade das empresas brasileiras revela um cenário preocupante: muitas ainda estão em estágios iniciais de adoção dessa tecnologia ou, pior, não possuem nenhuma iniciativa relacionada à IA.
De acordo com o relatório O Mapa da GenAI no Brasil, produzido pelo TEC Institute em parceria com a MIT Technology Review Brasil a partir de entrevistas com 350 executivos, apenas 7,9% das empresas disseram ter alcançado a integração total da IA generativa em seus processos.
Enquanto isso, 29,7% ainda não iniciaram qualquer projeto relacionado à tecnologia, 36,7% possuem projetos-piloto e 25,7% estão na fase de integração parcial. Por isso, o relatório alerta que o Brasil corre o risco de perder competitividade global, dado o baixo nível de maturidade das organizações no tema.Além disso, mais da metade (52,6%) das empresas está apenas começando a construir uma estratégia formal relacionada à IA e quase 75% delas não têm um profissional dedicado exclusivamente ao tema – pouco mais de 27% sequer definiram um responsável.
Em termos éticos, 46,1% das empresas não possuem normas claras para o uso da IA generativa, expondo-as a riscos reputacionais e regulatórios. Apenas 38,5% possuem diretrizes próprias, enquanto 15,4% adotam frameworks externos como base.
Segundo André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil, o estudo revela o risco de o país se tornar dependente de soluções estrangeiras também na era da IA, o que comprometeria ainda mais sua competitividade estratégica e econômica. “Não basta entusiasmo ou experimentação pontual. A vantagem competitiva virá para quem conseguir estruturar governança, preparar talentos e integrar a IA aos processos de forma consistente”.
Esses dados e o estudo completo serão apresentados e discutidos no EmTech Brasil 2025, evento global sobre tecnologias emergentes, que acontecerá nos dias 29 e 30 de setembro, no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo. Esta será a primeira vez que o Brasil sediará a conferência criada no MIT.
Na edição brasileira, líderes empresariais e formuladores de políticas estarão reunidos para debater como o Brasil pode usar a IA para alavancar produtividade e inovação, evitando a dependência tecnológica.