Inteligência Artificial

Startups desafiam Nvidia com chips mais rápidos e baratos para IA

Empresas apostam em eficiência e custo menor para atrair setores como finanças, publicidade e governos, mas domínio da Nvidia segue firme

Publicado em 9 de junho de 2025 às 10h12.

Startups de semicondutores estão mirando uma fatia do mercado dominado pela Nvidia com promessas de chips mais rápidos, baratos e eficientes em consumo de energia. Embora esses concorrentes não tenham potencial de desbancar a gigante americana no curto prazo, a busca por alternativas ganha força em setores com demandas específicas de desempenho e privacidade.

Com mais de 70% do mercado de unidades de processamento gráfico (GPUs) e uma vantagem de dez anos em desenvolvimento e infraestrutura, a Nvidia é hoje referência em computação acelerada para inteligência artificial. Mas o crescimento do uso de IA e o alto custo das GPUs da empresa vêm abrindo espaço para rivais menores.

Setores como o de trading de alta frequência, recomendações algorítmicas e nuvens já avaliam chips de startups como Cerebras, Groq, Etched e SambaNova Systems. O argumento central dessas empresas é a otimização: para cargas de trabalho bem definidas, chips alternativos podem oferecer ganhos significativos em desempenho e economia.

Outro nicho que vem testando alternativas é o de recomendações e publicidade. Grandes empresas de tecnologia, como a Meta, vêm usando IA para melhorar a segmentação de anúncios e o tempo de uso em redes como Instagram e Facebook.

Esses sistemas, que exigem grande capacidade de processamento, são considerados ideais para chips desenvolvidos sob medida, como o TPU do Google ou os chips da Groq e da Cerebras.

A busca por autonomia digital também impulsiona o movimento. Países como Arábia Saudita, Canadá e Japão vêm investindo em chips alternativos para reduzir a dependência de fornecedores americanos. O projeto saudita G42, por exemplo, firmou parcerias com AMD, Nvidia e Cerebras. Já a Bell Canada escolheu a Groq para operações de inferência.

A estratégia de algumas startups tem sido oferecer não apenas os chips, mas também serviços completos de inferência via data centers próprios, acelerando a geração de receita. Ainda assim, a flexibilidade e o ecossistema de software da Nvidia continuam como diferenciais difíceis de igualar.

“Se nossa oferta for melhor, os clientes ficarão. Se outra empresa oferecer algo melhor, o mercado vai se mover”, disse Rodrigo Liang, CEO da SambaNova, em entrevista ao Business Insider. Por ora, a batalha acontece em nichos, mas o apetite por alternativas só tende a crescer à medida que a demanda por IA se expande.

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