Segundo CEO da TSMC, C.C. Wei, procura por chips de IA ainda supera oferta (I-Hwa Cheng/Getty Images)
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Publicado em 3 de junho de 2025 às 13h27.
Lucro recorde em 2025: é isso que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), maior fabricante de chips do mundo, espera registrar neste ano, mesmo diante das incertezas causadas por tensões geopolíticas, tarifas e volatilidade cambial.
Após a reunião geral anual da empresa, o CEO C.C. Wei destacou que a demanda por chips relacionados à inteligência artificial continua muito forte e que seu único medo é uma desaceleração econômica global.“Os impactos das tarifas não são diretos para a TSMC, pois são pagos pelos importadores, mas elas elevam preços e podem reduzir a demanda”, afirmou Wei. Ele projeta crescimento da receita na faixa dos 20% a 25% e ressaltou que a procura por chips de IA ainda supera a oferta. O CEO também mencionou que tem conversado com seu par da Nvidia, Jensen Huang, sobre a necessidade urgente de ampliar a capacidade produtiva para atender à demanda acelerada.
Por outro lado, a volatilidade cambial representa um risco significativo para a empresa, já que a forte valorização do dólar taiwanês frente ao dólar americano reduz a rentabilidade. Normalmente, um aumento de 1% no valor da moeda taiwanesa pode reduzir em 0,4 ponto percentual a margem operacional da TSMC.
No começo de maio, a moeda do país asiático se valorizou no ritmo mais rápido das últimas décadas, chegando a variar 5% em um único dia. Nesse cenário, uma valorização de 8% implica perdas superiores a 3% sobre uma receita próxima a US$ 100 bilhões de dólares.
Sobre investimentos globais, Wei afirmou que a TSMC identifica clusters de desenvolvimento de chips apenas nos EUA, Taiwan, China, Europa e Japão. Ele avalia como difícil a construção dessa infraestrutura e não enxerga o Oriente Médio pronto para isso, ao menos no curto prazo.
O CEO também comentou sobre dificuldades na construção da planta da TSMC no Arizona, especialmente para contratar mão de obra qualificada, e confirmou atrasos na segunda planta no Japão, devido a congestionamentos locais. Além disso, afirmou que sua empresa cumprirá os controles de exportação dos EUA na medida do possível.
Uma novidade confirmada pelo executivo é que a empresa já recebeu pedidos de chips para robôs humanoides, área que vê com grande potencial. Segundo ele, “a demanda para esses chips começa agora”, sem necessidade de esperar até 2026 ou 2027 para iniciar a produção.