Inteligência Artificial

Zuckerberg promove mais uma reestruturação na divisão de IA da Meta

Mudança é uma tentativa de organizar melhor a Meta para alcançar seus objetivos e acelerar o desenvolvimento de produtos de inteligência artificial, a fim de competir com outros gigantes do setor

Mark Zuckerberg: CEO da Meta ( BRENDAN SMIALOWSKI/AFP /Getty Images)

Mark Zuckerberg: CEO da Meta ( BRENDAN SMIALOWSKI/AFP /Getty Images)

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 09h42.

Nos últimos meses, Mark Zuckerberg tem promovido mudanças significativas nas operações de inteligência artificial da Meta. Aquisições bilionárias e contratações de dezenas de talentos com pacotes multimilionários foram a tônica da formação do Meta Superintelligence Labs (MSL). Entretanto, o CEO ainda não está satisfeito com os rumos da empresa.

Nesta terça-feira, 19, a Meta anunciou uma reestruturação interna em sua divisão de IA, que será dividida em quatro grupos: um focado em pesquisa de IA, outro no desenvolvimento de um modelo de “superinteligência” (como a empresa tem chamado a inteligência artificial geral, AGI), um terceiro voltado para produtos e o quarto para infraestrutura, incluindo data centers e hardware de IA.

Essa reestruturação é uma tentativa de organizar melhor a Meta para alcançar seus objetivos e acelerar o desenvolvimento de produtos de IA, a fim de competir com outros gigantes do setor, segundo o New York Times.

Com parte da mudança, alguns executivos de IA da Meta podem deixar a empresa, assim como a divisão pode ser reduzida, com transferências internas e até demissões, já que a área cresceu para milhares de funcionários nos últimos anos. As decisões finais sobre esses cortes ainda estão em andamento.

A Meta também está considerando alterar sua abordagem em relação ao desenvolvimento de IA. Isso pode incluir o abandono do modelo "Behemoth" e de sua filosofia de código aberto.

Além disso, a empresa está avaliando a utilização de modelos de IA de terceiros, incluindo versões em código aberto ou licenciadas de outras empresas, o que representaria mais uma mudança significativa em relação à estratégia anterior da Meta, que focava em desenvolver e usar apenas suas próprias tecnologias para impulsionar seus produtos.

Contexto da atual reestruturação

Essa reestruturação ocorre após um período tumultuado para a Meta, que vem revisando sua estratégia de IA. Em junho, a empresa criou o laboratório de superinteligência (MSL), com o objetivo de desenvolver uma IA mais poderosa que o cérebro humano.

Para isso, investiu US$ 14,3 bilhões na Scale AI e contratou Alexandr Wang como novo diretor de IA. Além disso, a Meta ofereceu pacotes de remuneração milionários para atrair pesquisadores de empresas rivais, principalmente da OpenAI, mas também de Google e Apple.

Somente neste ano, a empresa prevê gastar até US$ 72 bilhões em despesas de capital, grande parte destinada à construção de data centers e à contratação de pesquisadores de IA.

Em uma conferência para investidores no mês passado, Zuckerberg declarou que aposta na superinteligência para impulsionar uma "nova era de empoderamento individual" e que a IA já ajudou a melhorar o negócio central da Meta: a publicidade.

Por outro lado, as reestruturações internas têm gerado tensões. Alguns membros da equipe original de IA da Meta discordam da chegada de novos executivos, como Shengjia Zhao, ex-pesquisador da OpenAI, que assumiu como cientista-chefe de IA. Nat Friedman e Daniel Gross também foram contratados para liderar as divisões de produtos e pesquisa aplicada.

Além disso, a reorganização ocorre em meio a um aumento na rotatividade de funcionários. Nomes importantes da IA da Meta, como Joelle Pineau e Angela Fan, deixaram a empresa para ingressar em startups ou concorrentes, como a OpenAI. No entanto, alguns veteranos da área, como Rob Fergus, continuam à frente da pesquisa de IA da Meta.

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