A taxa de performance representa um custo adicional que reduz o rendimento líquido do investidor, mas também pode incentivar o gestor a entregar resultados superiores ao mercado (Towfiqu Photography/Getty Images)
Publicado em 2 de junho de 2025 às 17h16.
Investir em fundos com gestão ativa traz a expectativa de ganhos acima da média do mercado. Para incentivar os gestores a entregarem esse desempenho extra, muitas carteiras cobram a chamada taxa de performance — um custo que impacta diretamente o retorno líquido do investidor. Mas afinal, o que é essa taxa e como ela funciona na prática?
A taxa de performance é uma remuneração adicional que o gestor do fundo recebe quando o rendimento supera um índice de referência, chamado benchmark. Diferente da taxa de administração, que é cobrada independentemente do resultado, a taxa de performance incide somente sobre o que excede esse parâmetro estabelecido no regulamento do fundo.
Esse mecanismo serve como um bônus pelo bom desempenho, alinhando os interesses do gestor com os dos investidores.
Normalmente, o gestor cobra algo em torno de 20% sobre o ganho que ultrapassa o benchmark — seja o CDI, Ibovespa ou outro indicador. Por exemplo, se o benchmark (índice de referência) do fundo rendeu 5% ao ano e o fundo obteve um rendimento de 8%, a taxa será cobrada sobre esses 3% excedentes
Além disso, muitos fundos adotam o mecanismo chamado high-water mark, que protege o cotista ao garantir que o gestor só receba a taxa se o fundo atingir um novo patamar de valor. Ou seja, o gestor não é remunerado por recuperar perdas anteriores, apenas pelos ganhos reais além do máximo histórico anterior.
Suponha um fundo com benchmark de 5% ao ano e taxa de performance de 20%. Se o rendimento anual for 8%, o ganho acima do benchmark é 3%. Sobre esses 3%, o gestor cobra 20%, ou seja, 0,6%. Isso significa que o investidor terá o rendimento bruto de 8%, mas o retorno líquido será de aproximadamente 7,4% após a dedução da taxa de performance.
Investidores devem analisar se o fundo historicamente supera consistentemente o benchmark e se a taxa de performance compensa diante do ganho extra proporcionado.
Para quem busca retornos acima da média, a taxa pode valer a pena — desde que o gestor tenha competência comprovada. Por outro lado, se o fundo não apresentar desempenho consistente, o custo pode reduzir significativamente a rentabilidade líquida.
Uma estratégia válida é diversificar investimentos, equilibrando fundos com e sem taxa de performance, e acompanhar os resultados periodicamente.
Em resumo, a taxa de performance representa um custo adicional que reduz o rendimento líquido do investidor, mas também pode incentivar o gestor a entregar resultados superiores ao mercado. Avaliar a relação entre custo e benefício é fundamental para decidir se vale a pena investir em fundos que cobram essa taxa.