Invest

Quais são os principais vieses comportamentais que afetam as decisões dos investidores?

Atalhos mentais inconscientes podem comprometer decisões financeiras e afastar investidores de seus objetivos; saiba como evitá-los

Identificar e compreender os vieses comportamentais permite que você invista com mais consciência, reduzindo os riscos de decisões impulsivas e aumentando as chances de alcançar seus objetivos financeiros (Reprodução/Shutterstock)

Identificar e compreender os vieses comportamentais permite que você invista com mais consciência, reduzindo os riscos de decisões impulsivas e aumentando as chances de alcançar seus objetivos financeiros (Reprodução/Shutterstock)

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15h33.

A bolsa sobe, o coração acelera. A queda vem e, junto, o arrependimento. Decidir onde colocar o dinheiro não é só questão de lógica — emoções e padrões de pensamento também pesam. O problema é que, muitas vezes, essas influências são invisíveis, mas determinantes para o sucesso ou fracasso de um investimento. É nesse cenário que a importância de entender os vieses comportamentais se destaca.

O que são os vieses comportamentais

Vieses comportamentais são padrões inconscientes de pensamento que distorcem a forma como interpretamos informações e tomamos decisões. No mundo dos investimentos, eles podem levar a atitudes impulsivas, irracionais ou excessivamente conservadoras.

Esses desvios da racionalidade afetam o julgamento mesmo de investidores experientes, influenciando desde a escolha de ativos até o momento de comprar ou vender. Reconhecer esses padrões é o primeiro passo para decisões mais equilibradas.

Quais são e como funcionam

  • Aversão à perda
    Investidores sentem mais dor ao perder dinheiro do que prazer ao ganhar. Esse comportamento leva muitos a manter ações em queda por tempo demais, esperando recuperação, ou a vender lucros rapidamente por medo de devolvê-los ao mercado.
  • Viés da ancoragem
    Ocorre quando o investidor se apega ao preço de compra de um ativo, ignorando novas informações. Assim, mantém investimentos que já não fazem sentido apenas por “esperar voltar ao valor original”, mesmo que o cenário tenha mudado.
  • Excesso de confiança
    Nesse caso, o investidor superestima sua própria capacidade, assume riscos desnecessários e acredita que entende mais do que o mercado. Essa confiança exagerada geralmente leva à negligência dos riscos e a decisões mal calculadas.
  • FOMO (Fear of Missing Out)
    O medo de ficar de fora faz com que muitos invistam por impulso, ao ver outros ganhando. Quando um ativo começa a subir, compram sem avaliar fundamentos, entrando muitas vezes perto do topo, quando o risco é maior.
  • Viés de confirmação
    Aqui, o investidor seleciona apenas dados que sustentam sua visão prévia, ignorando informações contrárias. Isso limita a capacidade de avaliar objetivamente uma situação e impede correções de rota estratégicas.
  • Viés de familiaridade
    Refere-se à preferência por empresas, marcas ou setores conhecidos. Embora pareça seguro, esse comportamento reduz a diversificação e aumenta a exposição a riscos concentrados, comprometendo a performance da carteira.
  • Viés de recência
    Leva o investidor a dar peso excessivo a eventos recentes, como uma alta ou queda súbita. A decisão é baseada em movimentos de curto prazo, o que pode gerar reações impulsivas e estratégias desalinhadas ao longo prazo.
  • Viés do status quo
    Muitos mantêm investimentos ineficientes simplesmente por hábito. Mesmo diante de dados que indicam a necessidade de mudança, o medo de errar ou a inércia impedem o ajuste da carteira para situações mais vantajosas.
  • Viés de autosserviço
    Aparece quando o investidor atribui ganhos ao próprio mérito, mas culpa fatores externos pelas perdas. Essa postura dificulta o aprendizado com os erros e reduz a evolução da tomada de decisão no tempo.

Cuidados

Detectar um viés não significa estar imune a ele. A grande armadilha é justamente agir sem perceber que está sendo influenciado. Por isso, vale revisar suas decisões e refletir: “estou escolhendo com base em fatos ou emoções?”.

Observar seus próprios padrões de comportamento pode ajudar a interromper ciclos de decisão prejudiciais antes que causem impactos maiores. O autoconhecimento é um aliado poderoso nesse processo.

Como agir com estratégia

Planejamento é a base. Ter metas claras, horizontes definidos e regras objetivas para compra e venda reduz as chances de agir por impulso. Estratégias como "stop loss" e "take profit" ajudam a automatizar decisões difíceis.

Outra tática eficaz é a diversificação. Ao distribuir os investimentos entre diferentes ativos, o impacto de decisões ruins é diluído. Isso também diminui o risco de reagir de forma exagerada a eventos isolados.

Apoiar-se em profissionais pode ser útil. Um consultor financeiro consegue avaliar com objetividade e oferecer caminhos menos influenciados por emoções ou crenças pessoais. Além disso, ferramentas digitais podem dar suporte técnico às decisões.

O que você deve considerar

Pergunte-se: por que estou fazendo essa escolha? Estou reagindo a um momento ou seguindo meu plano? Essas perguntas ajudam a colocar a razão acima da emoção. Também é útil revisar a carteira periodicamente e ajustar quando necessário.

Identificar e compreender os vieses comportamentais permite que você invista com mais consciência, reduzindo os riscos de decisões impulsivas e aumentando as chances de alcançar seus objetivos financeiros. Informação e disciplina são seus melhores aliados.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Mercado Livre anuncia frete grátis a partir de R$ 19 e vai de 'all in' contra a Shopee

Quina: resultado do concurso 6748; prêmio é de R$ 9 milhões

Mega-Sena: resultado do concurso 2.872; prêmio é de R$ 44 milhões

Briga com Trump custa quase 'um Bradesco' a Musk