Mas se o objetivo é fazer o dinheiro trabalhar melhor, vale a pena considerar alternativas que, mantendo a segurança, podem dobrar seus rendimentos (Ze Martinusso/Getty Images)
Publicado em 17 de junho de 2025 às 15h24.
Com R$ 12 mil parados na conta, muitos brasileiros se perguntam onde aplicar esse dinheiro. A poupança surge como primeira opção pela simplicidade, mas será que é a melhor escolha? Com a Selic em 14,75%, enquanto a tradicional caderneta oferece segurança e praticidade, outras opções igualmente seguras podem render significativamente mais. A diferença pode representar centenas de reais no bolso.
A caderneta de poupança segue uma fórmula fixa estabelecida pelo governo. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, como acontece atualmente, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está zerada.
Na prática, isso significa que seus R$ 12 mil renderão exatos 0,5% a cada mês. É um cálculo previsível e sem surpresas, mas também sem grandes emoções financeiras.
O grande atrativo da poupança é a isenção total de Imposto de Renda. Todo centavo que rende fica integralmente no seu bolso, sem descontos ou burocracias.
Com R$ 12 mil aplicados na poupança, os números ficam assim:
O rendimento anual de R$ 739,08 representa apenas 6,16% sobre o valor inicial. Para uma Selic de quase 15%, é um aproveitamento bem tímido.
A conta é feita com juros compostos, onde cada mês o rendimento incide sobre o valor do mês anterior. Mesmo assim, o resultado final fica aquém do que outras aplicações podem oferecer.
O Tesouro Selic é uma alternativa direta à poupança. Como título público, oferece a mesma segurança, mas rende exatamente a taxa Selic. Com R$ 12 mil investidos, você teria R$ 659 líquidos em seis meses (já descontado o IR de 22,5%).
Em um ano, o rendimento líquido seria de R$ 1.416,00, praticamente o dobro da poupança. A diferença de R$ 676,92 a mais que a caderneta é suficiente para pagar uma conta de luz ou fazer uma pequena reforma.
Já um CDB que pague 105% do CDI entrega resultados ainda melhores. Em seis meses, renderia R$ 688 líquidos, e em um ano, impressionantes R$ 1.476. A diferença para a poupança salta para R$ 737 anuais.
Enquanto o CDB tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e instituição, o Tesouro Selic é garantido pelo Tesouro Nacional, o que na prática representa a maior segurança de investimento do país.
A praticidade da poupança tem seu preço. Ela permite saques a qualquer momento sem perda de rentabilidade, enquanto outras aplicações podem ter carência ou perda de rendimento em resgates antecipados.
O Imposto de Renda também pesa na decisão. No Tesouro e no CDB, há desconto na fonte com alíquotas que variam de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias). Mas vale lembrar que, mesmo com o IR, essas aplicações ainda superam significativamente a poupança.
Para quem busca liquidez imediata e não se importa com menor rentabilidade, a poupança cumpre seu papel. Mas se o objetivo é fazer o dinheiro trabalhar melhor, vale a pena considerar alternativas que, mantendo a segurança, podem dobrar seus rendimentos.