A diferença entre a melhor e a pior opção pode chegar a mais de R$ 2 mil em apenas um ano. (Pogonici/Thinkstock)
Publicado em 16 de junho de 2025 às 17h14.
Com a Selic em 14,75% ao ano, quem tem R$ 40 mil na conta se pergunta: onde aplicar esse dinheiro? A resposta não é simples, mas pode fazer uma diferença considerável no seu bolso. Enquanto alguns investimentos surfam na onda dos juros altos, outros ficam para trás, literalmente perdendo dinheiro para a inflação.
O Tesouro Selic funciona como um empréstimo que você faz ao governo federal. Seu rendimento acompanha a taxa básica de juros da economia, ou seja, quanto maior a Selic, melhor para o seu dinheiro. É como se você estivesse "surfando" na onda dos juros.
Já a poupança tem regras próprias: quando a Selic está acima de 8,5% ao ano (como agora), ela rende 0,5% ao mês mais a variação da TR (Taxa Referencial). Como a TR está praticamente zerada há anos, o rendimento fica mesmo nos 0,5% mensais.
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são títulos emitidos por bancos. Quando oferecem 105% do CDI, superam a rentabilidade do Tesouro Selic, já que pagam um prêmio adicional sobre a taxa básica de juros. Esse percentual a mais é uma forma dos bancos competirem por recursos.
Com R$ 40 mil aplicados, a diferença entre as modalidades varia conforme o horizonte de tempo. Veja os números:
Em 1 mês:
Em 6 meses:
Em 1 ano:
A matemática é clara: em 12 meses, escolher a poupança significa deixar de ganhar mais de R$ 2,6 mil comparado ao melhor CDB.
A tributação é um fator crucial na escolha do investimento. Tanto o Tesouro Selic quanto os CDBs sofrem desconto do Imposto de Renda, que varia conforme o prazo: 22,5% para aplicações de até 180 dias, 20% até 360 dias, 17,5% até 720 dias e 15% acima de dois anos.
A poupança, por outro lado, é isenta de IR, mas isso não compensa seu baixo rendimento no cenário atual. É como obter uma vantagem tributária sobre um investimento que já rende pouco, o que acaba não compensando no fim das contas.
Outro ponto importante é a liquidez. O Tesouro Selic permite resgate a qualquer momento, com liquidação em um dia útil, desde que o mercado esteja aberto. A poupança também tem liquidez diária, mas alguns CDBs exigem prazo mínimo de carência.
Há ainda a questão da garantia. Tanto a poupança quanto os CDBs contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e por instituição. O Tesouro Direto, por ser um título público, tem a garantia do próprio governo federal.
Para a maioria dos investidores, o CDB 105% do CDI se destaca como a opção mais vantajosa neste cenário. Oferece a melhor rentabilidade entre as três modalidades, mantendo boa liquidez e segurança com a garantia do FGC.
Os CDBs que pagam acima de 100% do CDI ficam em vantagem nesta comparação. O exemplo de 105% do CDI mostra como alguns bancos oferecem condições superiores para atrair investidores. Bancos digitais e médios costumam ter as ofertas mais competitivas.
A poupança, infelizmente, não faz sentido no cenário atual. Mesmo sendo isenta de IR, fica para trás na comparação.
Para quem tem R$ 40 mil parados na conta, a mensagem é clara: com a Selic em 14,75%, cada mês que passa sem uma aplicação adequada representa dinheiro perdido. A diferença entre a melhor e a pior opção pode chegar a mais de R$ 2 mil em apenas um ano.