Se os R$ 5 mil fazem parte de uma estratégia maior de investimentos, pode fazer sentido diversificar entre as opções, aproveitando as características específicas de cada uma para diferentes finalidades e prazos. (Freepik/Freepik)
Publicado em 23 de junho de 2025 às 17h13.
Com a taxa Selic em patamar elevado, quem tem R$ 5 mil guardados enfrenta um dilema interessante: onde aplicar para obter o melhor retorno? A diferença entre as opções disponíveis pode parecer pequena no papel, mas na prática representa centenas de reais a mais no bolso ao final de um ano.
A poupança segue uma regra simples estabelecida pelo governo. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR), que atualmente está próxima de zero. É o investimento mais tradicional do brasileiro, funcionando como uma conta corrente que paga juros mensais.
O Tesouro Selic representa um empréstimo que você faz ao governo brasileiro. Seu rendimento acompanha a taxa básica de juros da economia, atualmente em 15% ao ano. O título é negociado diariamente, e você pode resgatar o dinheiro no dia seguinte à solicitação. A rentabilidade é creditada diariamente, seguindo as oscilações da Selic.
Já o CDB (Certificado de Depósito Bancário) funciona como um empréstimo que você faz ao banco. A rentabilidade é expressa como percentual do CDI, que acompanha de perto a Selic. Um CDB que paga 105% do CDI significa que sua rentabilidade será 5% superior ao valor do CDI — ou seja, equivale a 1,05 vez a taxa interbancária.
Poupança (isenta de IR):
Tesouro Selic (após IR):
CDB 105% do CDI (após IR):
A poupança se destaca pela simplicidade e disponibilidade imediata. Você pode sacar o dinheiro a qualquer momento sem perder rentabilidade, desde que respeite o aniversário mensal do depósito. Além disso, é isenta de Imposto de Renda. Porém, paga caro por essas conveniências: é a aplicação que menos rende entre todas as opções disponíveis no mercado.
O Tesouro Selic oferece segurança máxima, já que é garantido pelo Tesouro Nacional. Representa o investimento de menor risco do país, pois só deixaria de pagar se o governo brasileiro quebrasse. A liquidez é excelente, com resgate em um dia útil. O ponto negativo fica por conta da tributação regressiva e da taxa de custódia.
O CDB surge como a opção mais rentável líquida, especialmente para quem pode deixar o dinheiro aplicado por períodos mais longos. A proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre até R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira. O lado negativo fica por conta dos prazos de carência que podem chegar a 90 dias.
A questão tributária merece atenção especial no Tesouro e no CDB. Ambos sofrem tributação regressiva: 22,5% para aplicações de até 180 dias, 20% até 360 dias, 17,5% até 720 dias e 15% acima de dois anos. Isso significa que quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor será o desconto do imposto.
O primeiro fator a avaliar é o prazo que você pretende manter o dinheiro investido. Para recursos que podem ser necessários a qualquer momento, como reserva de emergência, a poupança ainda faz sentido pela liquidez imediata e isenção fiscal. Para objetivos de 6 a 12 meses, o Tesouro Selic oferece boa combinação entre segurança e rentabilidade.
O perfil de risco também influencia a decisão. Investidores mais conservadores tendem a preferir o Tesouro Selic pela garantia governamental. Quem aceita um risco ligeiramente maior pode optar pelo CDB, que oferece a melhor rentabilidade líquida, especialmente para prazos superiores a um ano.
A questão da liquidez é fundamental na escolha. Enquanto a poupança permite saque imediato e o Tesouro Selic oferece resgate no dia seguinte, muitos CDBs têm carência de 30 a 90 dias. Essa limitação pode ser problemática se você precisar do dinheiro com urgência.
Por fim, considere seus objetivos financeiros gerais. Se os R$ 5 mil fazem parte de uma estratégia maior de investimentos, pode fazer sentido diversificar entre as opções, aproveitando as características específicas de cada uma para diferentes finalidades e prazos.