Ibovespa fechou acima dos 147 mil pontos pela primeira vez na história (B3/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 28 de outubro de 2025 às 20h21.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, encerrou esta terça-feira, 28, em novo recorde nominal, aos 147.428 pontos, após subir 0,31% no dia. Foi o 17º recorde registrado em 2025 e a primeira vez que o indicador fecha acima de 147 mil pontos. O recorde anterior, de 146.969 pontos, foi registrado na última segunda-feira, 27.
Entre maio e outubro de 2025, o Ibovespa apresentou trajetória de valorização consistente, refletindo maior apetite ao risco, em um cenário doméstico de indicadores fortes, mas também de preocupações fiscais. O principal índice da B3 saiu de 138.963 pontos em 13 de maio para 147.428 pontos em 28 de outubro, acumulando alta de cerca de 6,1% no período.
Após oscilar entre 140 mil e 142 mil pontos durante boa parte do segundo trimestre, o índice ganhou força a partir de setembro, acompanhando o movimento positivo dos mercados internacionais e a expectativa de corte de juros nos EUA. O Ibovespa atingiu seu maior nível desde o início do ano no fim de outubro, impulsionado por papéis de commodities e bancos.
Segundo Hênio Scheidt, gerente de Produtos na B3, "o avanço recente indica recuperação da confiança dos investidores e o dinamismo e vitalidade da economia brasileira."
O Ibovespa iniciou sua trajetória de superação de recordes em maio de 2025, alcançando 138.963 pontos. A valorização foi impulsionada por uma mistura de boas notícias, vindas da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), dos dados de inflação nos Estados Unidos abaixo do esperado e ainda dos efeitos da trégua tarifária entre os americanos e a China.
A alta seguiu com o índice atingindo 139.334 pontos, estimulada por dados econômicos domésticos favoráveis e pela entrada de investidores estrangeiros. As expectativas de crescimento e a recuperação gradual do consumo interno ajudaram a impulsionar ações de empresas ligadas ao varejo e serviços, consolidando o movimento de valorização.
O recorde de 139.636 pontos ocorreu depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo preparava "medidas pontuais" para o cumprimento da meta fiscal. O ministro ainda negou que o governo estudava um aumento do valor do Bolsa Família. Papéis de commodities, em especial siderurgia e mineração, registraram ganhos expressivos com a valorização de metais no mercado internacional, contribuindo para a força do Ibovespa.
O índice fechou acima de 140 mil pontos pela primeira vez na história, impulsionado por um relatório do Morgan Stanley, que elevou a recomendação das ações brasileiras para compra, citando uma possível mudança na política fiscal, o fim da Selic elevada e avaliações atrativas.
Em julho, o Ibovespa alcançou 140.927 pontos, puxado pela alta do setor financeiro. Na sessão, o Itaú (ITUB4), banco de maior peso da bolsa subiu 2,50% e Bradesco (BBDC4) teve alta de mais de 2%.
O recorde seguinte foi influenciado por falas de autoridades brasileiras e dados domésticos, uma vez que os mercados dos EUA estavam fechados por conta de um feriado. Na época, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu o decreto do governo do governo Lula que aumentava as alíquotas do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) aprovado pelo Congresso que derrubou a medida do governo.
O Ibovespa superou 141 mil pontos motivado por notícias sobre a aplicação reciprocidade do Brasil com os EUA e dados da inflação americana, que vieram em linha com o esperado.
A alta de setembro repercutiu os dados do relatório de empregos nos Estados Unidos, o payroll. A economia americana criou 22 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em agosto, bem abaixo do esperado pela pesquisa da Reuters com economistas, que projetava abertura de 75 mil empregos. O resultado impulsionou as apostas de corte de juros pelo Fed.
O recorde de 143.150 pontos também foi impulsionado pela expectativa de corte de juros pelo Fed após a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego, que superaram as projeções.
O índice seguiu em alta, com investidores animados pela expectativa de queda nos juros dos Estados Unidos, enquanto, no Brasil, números de atividade favoreceram apostas de corte da Selic no começo de 2026.
O movimento de alta acompanhou o otimismo das bolsas americanas, com os investidores firmes na crença de um corte dos juros pelo Fed, aumentando o apetite por risco.
Em dia de Super Quarta, o Ibovespa fechou em alta de 1,06%, aos 145.593 pontos. Logo após o tão esperado corte de juros nos Estados Unidos acontecer, o índice bateu a máxima histórica intraday ao superar os 146 mil pontos.
O Ibovespa avançou novamente, sustentado pelo bom desempenho de ações ligadas a bancos e de olho em detalhes sobre a conversa entre o presidente americano Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping.
A valorização para 146.424 pontos ocorreu após Trump afirmar que conversou brevemente com o presidente Lula nos corredores da Assembleia Geral da ONU e que os dois teriam uma reunião. Foi a primeira conversa entre os dois líderes desde a posse de Trump, em janeiro, e desde que o americano passou a pressionar o Brasil a suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em agosto, os EUA impuseram uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros.
O índice se manteve próximo do recorde anterior, sustentado por declarações do presidente Donald Trump que reduziram temores de que os Estados Unidos adotem novas medidas contra a economia brasileira, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal.
O Ibovespa atingiu 146.969 pontos, com otimismo após encontro de Lula e Trump. O encontro entre os líderes ocorreu no domingo, 26, na Malásia, e trouxe sinais de que os Estados Unidos podem reduzir as tarifas aplicadas sobre produtos brasileiros.
O recorde histórico acima de 147 mil pontos refletiu o otimismo dos mercados e a expectativa de avanços nas negociações comerciais entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Novamente, a expectativa de um segundo corte de juros nos Estados Unidos deu vazão ao apetite por risco, levando as bolsas em Wall Street a novos recordes também.
Veja abaixo as datas em que o índice renovou suas máximas neste ano:
| Data | Valor de Fechamento (pontos) |
|---|---|
| 13/05/2025 | 138.963,11 |
| 15/05/2025 | 139.334,38 |
| 19/05/2025 | 139.636,41 |
| 20/05/2025 | 140.109,63 |
| 03/07/2025 | 140.927,86 |
| 04/07/2025 | 141.263,56 |
| 29/08/2025 | 141.422,26 |
| 05/09/2025 | 142.640,14 |
| 11/09/2025 | 143.150,84 |
| 15/09/2025 | 143.546,58 |
| 16/09/2025 | 144.061,74 |
| 17/09/2025 | 145.593,63 |
| 19/09/2025 | 145.865,11 |
| 23/09/2025 | 146.424,94 |
| 24/09/2025 | 146.491,75 |
| 27/10/2025 | 146.969,10 |
| 28/10/2025 | 147.428,90 |