Ouro: metal precioso acumula alta de quase 75% no ano ( Sven Hoppe/picture alliance /Getty Images)
Repórter
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 11h18.
A recente desvalorização do ouro, para o Goldman Sachs, é um movimento passageiro, não o início de uma queda prolongada.
O metal precioso atingiu a cotação recorde de US$ 4.336 a onça no último dia 30 de outubro, mas, desde então, caiu cerca de 6%. No ano, acumula uma valorização de quase 75%.
Em relatório divulgado nesta semana, o banco americano afirmou que o ouro deve chegar a cotação de US$ 4.900 até o final de 2026 — uma alta de cerca de 21% em relação ao valor de terça-feira.
O Goldman Sachs acredita que o metal pode subir ainda mais se tendência de diversificação de ativos para investidores pessoa física se fortalecer.
Analistas atribuem a queda recente do ouro ao movimento de alta do dólar. Como o metal é cotado na moeda americana, um dólar mais forte torna a commodity mais cara para compradores internacionais.
De acordo com o Barron's, a perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos também influencia na cotação do metal.
Há um mês, os mercados estavam praticamente certos de que o Federal Reserve anunciaria outro corte na taxa de juros em dezembro. Nas últimas semanas, essas probabilidades caíram para menos de 50%.
As taxas mais altas fortalecem o dólar e tornam o ouro menos atraente, já que o metal não paga juros.
A alta do ouro tem sido impulsionada por um aumento no volume de compras por bancos centrais e investidores privados. Para o Goldman Sachs, esse movimento deve continuar em 2026, o que explica a projeção otimista para a cotação do metal em 2026.
Os bancos centrais começaram a comprar ouro como forma de se desvincular de ativos em dólar, diversificar reservas e se proteger de riscos geopolíticos e financeiros. O Goldman Sachs aponta que essa tendência não mudou. Em setembro, o banco estima que as compras somaram 64 toneladas, contra 21 toneladas em agosto.
Para o banco americano, a tendência de compra pelos investidores pessoa física também parece estável. Até agora, em 2025, os investidores aplicaram mais de US$ 41 bilhões em ETFs ligados ao ouro.
Embora eles tenham retirado cerca de US$ 1,2 bilhão no último mês, o banco entende que o movimento não foi drástico. A analista Lina Thomas disse ao Barron's que espera que os investidores e os indivíduos de altíssimo patrimônio continuem adquirindo o metal nos próximos meses.