Redatora
Publicado em 28 de maio de 2025 às 07h47.
Última atualização em 28 de maio de 2025 às 17h39.
Os ADRs (American Depositary Receipts) da Azul desabaram no pre market nesta quarta-feira, com queda de 40,8% por volta das 7h35, após a companhia anunciar o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11.
Em fato relevante, a Azul informou que protocolou o pedido para iniciar o processo de reestruturação financeira, que inclui um financiamento de US$ 1,6 bilhão e a possibilidade de captar até US$ 950 milhões em novos aportes de capital durante o procedimento.
A empresa destacou que também buscará o reconhecimento e a implementação dessa reestruturação no Brasil, com a supervisão de um comitê independente e a contratação de assessores jurídicos e financeiros especializados.
Recuperação judicial nos EUA: O que é o Chapter 11 e por que as aéreas brasileiras recorrem a eleSegundo a companhia, a medida visa garantir a sustentabilidade financeira da Azul e proteger os interesses dos credores e demais partes envolvidas.
"Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, pois nos permitirá emergir como líderes do setor nos principais aspectos da nossa atividade", disse John Rodgerson, CEO da Azul. O executivo afirmou que a companhia foi sobrecarregada pela pandemia de Covid-19, por turbulências macroeconômicas e por problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
O Chapter 11 é uma ferramenta da lei de falências dos Estados Unidos que permite a reorganização de empresas em dificuldades. Durante o processo, a cobrança das dívidas é suspensa automaticamente, possibilitando que a empresa continue operando enquanto apresenta um plano para reestruturar suas finanças e pagar os credores de forma gradual. A companhia mantém o controle dos ativos e pode negociar prazos e obter novos financiamentos, desde que aprovados pelo tribunal.
Embora semelhante à recuperação judicial brasileira, o Chapter 11 tem diferenças importantes, como a suspensão automática de todos os débitos, incluindo contratos de leasing, e um trâmite geralmente mais rápido e menos burocrático.
O processo de recuperação judicial nos EUA já foi usado recentemente pela Gol Linhas Aéreas, que teve seu plano aprovado em maio de 2025 e deve concluir o procedimento em junho.
Durante a reestruturação, a Gol captou US$ 1,9 bilhão para reduzir endividamento, quitar o processo e fortalecer sua saúde financeira e operacional, por meio de negociações com arrendadores, bancos e fornecedores, além de medidas estratégicas para aumentar sua competitividade.