Redação Exame
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 06h32.
As bolsas globais registraram alta nesta segunda-feira, 20, impulsionadas pela perspectiva de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China e pela recuperação do setor bancário regional americano.
Na Europa, o índice Stoxx 600 subiu 0,8%, com destaque para o desempenho dos bancos. As ações da Kering SA avançaram mais de 4% após a venda de sua divisão de beleza para a L’Oréal, enquanto papéis do setor de defesa se valorizaram com o aumento das tensões no Oriente Médio.
O dia também marcou a estreia positiva da TKMS na bolsa de Frankfurt, após a cisão com a Thyssenkrupp, refletindo o crescimento do setor militar na Europa.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos principais índices apontavam novos ganhos, sustentados por resultados sólidos de instituições financeiras locais, o que ajudou a amenizar as preocupações com a saúde do crédito regional.
Na Ásia, o índice MSCI Ásia-Pacífico avançou 1,8% e os mercados emergentes acompanharam, com alta de 1,4%. Os dados do PIB da China no terceiro trimestre surpreenderam positivamente no comparativo trimestral, sustentando o otimismo na região.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou disposição para avançar no diálogo com a China, aliviando a tensão que se intensificou nas últimas semanas após ameaças de novas tarifas.
Em declaração no domingo, 19, Trump citou três pontos que considera fundamentais: reabertura das compras chinesas de soja americana, controle sobre a saída de fentanil e garantia de acesso a minerais raros. Segundo ele, esses temas serão discutidos ainda esta semana na Malásia, em reunião entre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-premiê chinês He Lifeng.
Analistas do mercado avaliam que os sinais de diálogo podem afastar, ao menos temporariamente, o risco de uma guerra comercial de grandes proporções.
Enquanto os mercados acionários avançavam, os títulos franceses recuaram após a S&P Global Ratings reduzir a nota de crédito do país para A+, citando incertezas fiscais. É o segundo rebaixamento em pouco mais de um mês por uma das três principais agências de rating.
Entre as commodities, o petróleo Brent recuou 0,6% e o ouro manteve a desvalorização da semana passada. O dólar e os títulos do Tesouro americano ficaram estáveis, refletindo expectativa por novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
No radar dos investidores, além das tratativas comerciais, estão o índice de inflação ao consumidor dos EUA, previsto para sexta-feira, 24, e balanços de grandes empresas como Netflix e Tesla.
O bitcoin valorizou 2,1%, cotado acima de US$ 111 mil, e o ether avançou 1,4%. Entre os destaques corporativos, a suíça Holcim anunciou a compra da Xella por €1,85 bilhão, enquanto a Apple reportou forte demanda pelo modelo básico de iPhone.