Mercado Livre: companhia investiu aproximadamente US$ 8 bilhões nos últimos dois anos. (Mercado Livre/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 27 de junho de 2025 às 11h33.
Última atualização em 27 de junho de 2025 às 11h48.
O Itaú BBA manteve a classificação de “compra” para o Mercado Livre (MELI34) no Brasil, apesar da concorrência no mercado brasileiro de e-commerce, com a Amazon . O crescimento da Shopee e a entrada do TikTok Show na jogada também podem colocar em xeque o reinado nacional do MELI.
Apesar disso, a Amazon vem enfrentando desafios quanto à adaptação de seus protocolos aos vendedores locais, sobretudo no quesito vestuário, na avaliação dos analistas. “Em termos de categorias, embora a companhia tenha se saído bem em segmentos tradicionais como livros, ela continua sub-representada em setores-chave como vestuário — algo que acreditamos que a empresa está tentando corrigir”, afirmam.
Em resposta, o Mercado Livre contra-ataca com novas políticas de frete e redução de custos de logística para vendedores.
Para o BBA, o que definirá se MELI continua ou não como campeão dessa corrida é a capacidade da companhia em acelerar o crescimento de GMV (volume bruto de mercadoria, em português) frente à concorrência acirrada. “Acreditamos que, se o MELI conseguir acelerar o crescimento do GMV diante da crescente concorrência, o valor da ação deverá responder positivamente”, afirmam em relatório.
O volume bruto de mercadoria estimado da Amazon no Brasil é de aproximadamente US$ 6,5 bilhões, valor que representa apenas um quarto do GMV do Mercado Livre no país. Além disso, o indicador da Amazon no Brasil representa menos de 1% do seu GMV global estimado.
Entre as ações específicas do Mercado Livre para melhorar o indicador estão o reforço da proposta de valor para compradores e a redução de custos logísticos para vendedores. Isso inclui novas políticas de frete para aumentar a competitividade em categorias de tíquete baixo, como beleza, casa e moda — onde a Shopee tem obtido um avanço significativo — e a redução significativa dos custos logísticos.
Na avaliação dos analistas, as medidas possibilitam preservar a participação de mercado, aumentar a frequência de compra e impulsionar o crescimento do GMV, mas podem impactar negativamente as margens no curto prazo.