Ambev enfrentou "tempestade perfeita" no segundo trimestre do ano (Heudes Regis/Exame)
Redator
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 09h47.
A Ambev (ABEV3) teve um crescimento modesto no segundo trimestre de 2025, com queda de volume total, notadamente no Brasil, seu principal mercado.
O Safra admite ter visto um balanço "fraco" entre abril e junho, mas avalia que, a partir de agora, os riscos de queda são mais limitados no curto prazo, apesar dos desafios estruturais à frente. O banco enxerga uma combinação de fatores que podem beneficiar os resultados da companhia no segundo semestre de 2025 e em 2026. Por conta disso, elevou a recomendação da ação da Ambev de underperform (equivalente a venda) para neutra.
O banco explica que o resultado no Brasil no seu principal negócio, a cerveja, enfrentou “tempestade perfeita” com o frio acima da média e aumento da concorrência. Mas crê que os resultados desse segmento devem melhorar daqui para frente.
No Canadá, o Safra vê tendências de curto prazo mais favoráveis, enquanto a Argentina deve continuar impulsionando os resultados na América do Sul da Ambev.
Sobre as margens, o banco avalia que os preços das commodities e o câmbio parecem oferecer pouca margem para melhorias na proteção de custos, pelo menos até o primeiro semestre de 2026. Mas o banco afirma esperar uma redução da pressão do real, especificamente a partir de meados do ano que vem.
O Safra explica que o valor do papel da Ambev opera com um desconto de 14% em relação aos seus pares e um dividend yield (percentual do preço da ação distribuído em dividendos) de 7%. Observa, ainda, uma menor tendência de queda no preço do papel, o que justifica a elevação de underperform para neutra. O banco também elevou o preço-alvo de R$ 13,50 para R$ 14,50.
A Ambev tem expandido o portfólio de produtos para atender a diferentes necessidades do consumidor. A empresa tem investido, inclusive, no segmento de cervejas não alcoólicas, que registraram um crescimento de 40% em 2024.