BC americano divulga ata da última reunião que decidiu por manter as taxas de juros nos EUA (Leah Millis/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 9 de julho de 2025 às 08h24.
Última atualização em 9 de julho de 2025 às 08h28.
É feriado na meca financeira do Brasil. A capital paulista celebra, neste 9 de julho, a Revolução Constitucionalista de 1932. Mas a Bolsa brasileira vai funcionar normalmente, já que, desde 2022, a B3 (B3SA3) não interrompe suas operações em feriados municipais. O dia, aliás, promete ser agitado no exterior, com a expectativa de que os Estados Unidos anunciem novas tarifas sobre importações. O presidente Donald Trump continua trazendo o tema da política brasileira em posts na sua rede social, enquanto os índices dos mercados acionários operam de lado no exterior no aguardo de novas sinalizações do Federal Reserve, o Banco Central americano.
As Bolsas na Ásia fecharam sem direção única. Os investidores do outro lado do mundo seguem repercutindo as tarifas de importação anunciadas esta semana para países como Japão e Coreia do Sul. Os Estados Unidos deram mais tempo para que os tributos sejam negociados e a nova data limite é 1º de agosto. Trump sinalizou que este será o prazo final.
A China divulgou uma alta de 0,1% no índice de preços ao consumidor em junho, levemente acima do esperado. A inflação ao produtor, por sua vez, registrou uma queda de 3,6%, a maior em dois anos para o período.
O índice Nikkei da Bolsa do Japão fechou em alta de 0,33% e o Kospi, da Coreio do Sul, fecharam em alta de 0,33% e 0,60%, respectivamente. A Bolsa de Shangai, por sua vez, recuou 0,13%. Na Bolsa de Dalian, o preço do minério de ferro, no principal contrato do mercado futuro avançou 0,68%, a US$ 102,57. Em Singapura, por sua vez, a cotação opera estável com a commodity na casa dos US$ 95.
As Bolsas europeias operam todas no terreno positivo nas primeiras horas de negociação. O índice pan-europeu Stoxx600 avançava 0,78% às 7h38 (horário de Brasília). Destaque para ações de bancos, que avançam e estão sendo negociadas no maior preço em 17 anos. Algumas ações do setor de defesa também operam em máximas históricas.
A poucas horas da abertura dos pregões em Nova York, os índices futuros das Bolsas americanas operam em alta moderada. Os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fomc, prevista para às 15h (horário de Brasília). O relatório poderá indicar o quanto a autoridade monetária está disposta a iniciar um corte de juros mais cedo. Essa já é aposta de alguns bancos, como o Goldman Sachs.
O Fed vem enfrentando uma dura pressão do governo americano para iniciar seu ciclo de alívio. Ao ponto do presidente Donald Trump atacar diretamente o chairman Jerome Powell com ofensas e ameaçar demití-lo.
O POTUS foi às redes sociais antes de dormir ameaçar a imposição de mais tarifas. Ontem, Trump sinalizou que poderá taxar importações de cobre em 50% e em 200% o setor farmacêutico.
“Amanhã de manhã, divulgaremos no mínimo 7 países relacionados ao comércio, e mais alguns países serão divulgados à tarde”, escreveu o presidente em seu perfil na Truth Social.
Trump também voltou a publicar postagens em defesa Jair Bolsonaro e disse que ex-presidente é alvo de uma "caça às bruxas". "Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz", escreveu. Na última segunda-feira, o presidente Lula foi questionado sobre as publicações de Trump, durante coletiva de imprensa ao final da cúpula dos Brics, ao que respondeu: "dê palpite na sua vida e não na nossa".
A troca de farpas ocorre em um momento no qual o presidente americano ameaça retaliar a quem "se alinhar a políticas antimericanas dos Brics".
A agenda macroeconômica brasileira está esvaziada e o feriado municipal em São Paulo também pode diminuir o volume de negociações hoje na B3.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, vai participar de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Nada de feriado em Brasília nesta quarta-feira após os deputados aprovarem urgência de um projeto de lei que corta em 10% os incentivos tributários vigentes hoje no país, na noite de ontem.
A novela do IOF continua rendendo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu pela primeira vez com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para tratar do tema. Os participantes garantem que o encontro terminou em clima amigável.