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Azul e Abra, controladora da Gol, assinam memorando para fusão

Companhias aéreas devem manter certificados operacionais, separando marcas e operações

Azul: estrutura pretendida, resultado de uma combinação da Azul e da Gol, posicionará o Brasil em um nível maior de força global, diz empresa (Rafael Marchante/Reuters)

Azul: estrutura pretendida, resultado de uma combinação da Azul e da Gol, posicionará o Brasil em um nível maior de força global, diz empresa (Rafael Marchante/Reuters)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 20h18.

Última atualização em 15 de janeiro de 2025 às 20h50.

A Azul e a Abra, holding que controla a Gol, assinaram um memorando de entendimento para combinação dos negócios no Brasil.

"A estrutura pretendida, resultado de uma combinação da Azul e da Gol, posicionará o Brasil em um nível maior de força global em um setor altamente globalizado", diz a Azul em seu comunicado.

A Azul e a Gol têm aproximadamente 90% de rotas complementares e não sobrepostas, de acordo com as companhias. E, embora o documento preveja a unificação da estratégia, a ideia da combinação é de que as companhias aéreas mantenham seus certificados operacionais, mantendo suas marcas e operações separadas.

O documento traz questões de estruturas de governça e de capital. A estrutura deve ser de uma corporation (uma empresa sem controlador), mas a Abra deve ser a maior acionista, embora as fatias não estejam definidas.

No período inicial de três anos, o chairman (presidente do conselho) deve ser indicado pela Abra, enquanto a Azul deve indicar o CEO. O conselho, por sua vez, será composto por nove membros, sendo três indicados pela Abra, três pela Azul e três membros independentes.

Pelos termos, a empresa combinada deve manter uma alavancagem comparável à da Gol à época da operação e depois de haver a consumação de seu plano de reorganização.

Hoje, a Gol tem uma alavancagem da ordem de 4,5 vezes, o que deve ir se normalizando ao longo dos próximos cinco anos e chegar a 1,9 vez em 2029.

A Gol anunciou hoje a revisão de seu plano de cinco anos. A aprovação desse plano pelos credores é essencial para a companhia sair da recuperação judicial nos Estados Unidos. A estimativa dada hoje pela empresa é de que a saída do Chapter 11 aconteça no dia 11 de maio.

Ainda pelo documento, o estatuto da empresa combinada irá prever que qualquer terceiro (ou grupo de terceiros) que adquira 15% ou mais das ações com direito a voto da Companhia Combinada deva lançar uma oferta pública para adquirir 100% das ações da nova empresa por um preço por ação a ser acordado pelas partes nos documentos definitivos.

A empresa nascida da fusão deverá ter ações listadas no Novo Mercado e na Nyse. Ainda não está definido se a Gol será subsidiária da Azul ou o contrário.

A Abra e a Azul ainda devem tratar de termos econômicos e a conclusão da operação depende do procedimento de due dilligence e da consumação de todo o plano de reestruturação, bem como aprovação dos órgãos antitruste.

As ações da Azul fecharam com alta de 6% nesta quarta-feira, 15, a R$ 4,41. Já os papéis da Gol, fecharam estáveis a R$ 1,63. No último mês, as ações da Gol saltaram mais de 26%, à expectativa de novidades acerca da recuperação judicial e da potencial fusão com a Azul. Os papéis da Azul acumulam alta de 9,9% no mesmo período.

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