Petrobras: empresa divulga seus resultados após o fechamento do pregão (Agência Petrobras/Divulgação)
Editor de Invest
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 12h32.
O Bradesco BBI divulgou seu índice de Medo e Ganância (Fear and Greed) para a Petrobras (PETR3;PETR4), termômetro de riscos de queda ou de alta para as ações da estatal, à medida que as eleições presidenciais do ano que vem ficam cada vez mais próximas.
"Ainda que as eleições presidenciais ocorram somente em outubro de 2026, observamos crescentes questionamentos sobre a Petrobras e o que uma mudança de governo em potencial pode significar para o preço das ações", explica o BBI.
Eleições de 2026 já estão fazendo preço no mercado? Entenda o 'trade' eleitoral ‘A Petrobras baixa o preço, mas a margem fica no caminho’, diz presidente da estatalA casa considerou dois cenários opostos para a distribuição de fluxo de caixa livre para acionistas. No primeiro, considerando uma mudança na política atual, a Petrobras poderia manter um dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) de 12% por um período de, ao menos, cinco anos — ainda que o preço do barril do petróleo brent permaneça no patamar de US$ 60.
No segundo cenário, de manutenção da política atual, o BBI vê dividend yield menor, de 9%, que se sustentaria também por um período mais curto, de três anos. "O retorno total [valorização da ação mais dividendos] seria muito maior em um cenário de mudança política", é a conclusão do BBI.
Uma mudança de política de governo poderia destravar valorização de 57% no preço dos ativos da Petrobras negociados na bolsa de Nova York (ADRs), que hoje operam no patamar dos US$ 13. Mas também representa um risco de queda de 21%.
"Para as ações locais, os extremos são menores, por conta de movimentações no câmbio", diz o sumário do BBI.
Petrobras empata com Ecopetrol nas preferências do BBI: entenda o por quêMedido os reflexos no longo prazo do que a Petrobras tem feito hoje, o JP Morgan está otimista e mantém posição comprada (overweight) para os ADRs da companhia. Para os analistas do banco, a empresa está fazendo investimentos altos em seus ativos mais rentáveis, a exemplo do Campo de Buzios.
"Na nossa visão, essa capital está sendo bem empregado na produção de petróleo de maior retorno, reforçando a história de longo prazo da ação", diz o relatório do banco.
A estimativa de produção do JP Morgan é maior que a da própria Petrobras. O banco estima que a produção de 2027 chegue a 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia e esse número atinja os 2,7 milhões em 2028.
"Estimamos que cada 100 mil barris diários adicionais do pré-sal adicionam US$ 1,5 bilhão ao Ebitda da companhia", calculam os analistas. O JP Morgan explica que a estrutura geológica do pré-sal faz com que a curva da produção na região se mantenha estável por mais tempo, o pico de produção é maior e as reservas também demoram mais para entrar em declínio.
"Isso coloca nossos números agora em 176 mil barris acima da projeção de produção da Petrobras para 2026, 106 mil acima da de 2027 e 312 mil acima da de 2028", explica o JP. O banco elevou o preço-alvo dos ativos da companhia para o final do ano que vem.