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BM&FBovespa tem 4º tri pálido, mas base fraca ajuda

Apesar da forte melhora no lucro devido à base fraca de um ano antes, a BM&FBovespa deve entregar resultados pouco inspiradores referente ao quarto trimestre de 2012


	Sede da BM&FBovespa, em São Paulo: balanço a ser apresentado nesta terça-feira tende a ter pouco impacto sobre suas ações no mercado
 (Gustavo Kahil/EXAME.com)

Sede da BM&FBovespa, em São Paulo: balanço a ser apresentado nesta terça-feira tende a ter pouco impacto sobre suas ações no mercado (Gustavo Kahil/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 09h06.

São Paulo - Com queda no volume de negócios no mercado de ações e margens menores, a BM&FBovespa deve entregar resultados pouco inspiradores referente ao quarto trimestre de 2012, apesar da forte melhora no lucro devido à base fraca de um ano antes.

Para analistas, como a companhia já divulgou boa parte dos seus resultados operacionais referentes ao período, o balanço a ser apresentado nesta terça-feira à noite tende a ter pouco impacto sobre suas ações no mercado, uma vez que as atenções estão quase que totalmente voltadas para competição no setor.

A operadora de bolsa, que atua nos mercados acionário, derivativos e clearing, entre outros, deve apresentar lucro líquido de 255,6 milhões de reais entre outubro e dezembro, um salto de 33,8 por cento ante igual etapa de 2011, segundo a média das previsões de cinco analistas ouvidos pela Reuters. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, porém, o número representa uma queda de 7,6 por cento.

"O volume médio diário de negócios no segmento Bovespa caiu ante o terceiro trimestre, a despeito dos fortes volumes de dezembro", comentaram os analistas do Deutsche Bank, em relatório.


Receitas menores por negócios, devido a maiores descontos para investidores institucionais também devem ter pressionado as margens da companhia no período, disseram analistas. Além disso, o trimestre contou com 59 dias úteis, ante 63 dias de negócios de julho a setembro.

Dessa forma, o resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização) recuou na base sequencial, embora tenha subido quase 50 por cento no ano a ano. Para os analistas do Bank of America Merill Lynch, o foco do mercado está agora nos movimentos que podem resultar na entrada de competidores no mercado hoje dominado pela BM&FBovespa no país.

"A ameaça de competição diminuiu recentemente após a Bats (operadora de bolsas norte-americana) ter recolhido seus planos de entrada e a integração das clearings ter ficado para 2014", disseram em relatório.

A Comissão Valores Mobiliários (CVM) deve decidir nos próximos meses sobre os resultados de um estudo contratado para a consultorria Oxera, que concluiu que há espaço para a entrada de concorrentes no mercado de bolsa de valores no Brasil, mas isso depende de mudanças regulatórias e que não é certo que haja benefícios claros. No mês passado, Anthony Barchetto, diretor de estratégia da Direct Edge, quarta maior operadora de bolsas dos Estados Unidos, disse que a empresa deve submeter em breve à CVM um pedido para operar o serviço de bolsa de valores no Brasil. BM&FBovespa 4º tri/2012 Variação 4º tri/11 Lucro R$255,6 mi +33,8% Ebitda R$306 mi +49,7% Receita líquida R$489,2 mi +3,8% (Edição Alberto Alerigi Jr.)

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