Goldman Sachs: banco afirma que a valorização das empresas de IA reflete fundamentos sólidos, mas recomenda diversificação (./Reuters)
Repórter
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 11h50.
O debate sobre uma possível bolha no mercado de inteligência artificial (IA) voltou ao centro das atenções, mas o Goldman Sachs acredita que ainda não é hora de soar o alarme. Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, o banco afirmou que, embora existam semelhanças com bolhas anteriores, como a da era das "pontocom", as condições atuais são diferentes.
As bolsas dos Estados Unidos renovaram recordes nas últimas semanas e o Nasdaq Composite, índice com forte peso do setor de tecnologia, acumula alta superior a 27% nos últimos 12 meses.
De acordo com o banco, esse movimento de valorização tem sido sustentado por crescimento real das empresas de tecnologia, e não por “especulação irracional sobre ganhos futuros”. Gigantes como Meta, Microsoft, Google e Nvidia continuam dominando o setor, sustentadas por balanços sólidos e margens robustas, o que dá suporte aos preços elevados das ações.
Os analistas reconhecem “elementos no comportamento dos investidores e na formação de preços que lembram bolhas anteriores”, como valorizações elevadas, alta concentração no setor e aumento da competição. Ainda assim, destacam que as diferenças em relação a outros ciclos são significativas.
O Goldman Sachs também alertou para o alto nível de concentração no mercado e o aumento da competição no setor de inteligência artificial.
IA não é só fio condutor de crescimento das empresas. É o tecido inteiro, diz analista do CitiSegundo a CNBC, o banco afirmou que há “boas razões para diversificar as exposições de portfólio a fim de compensar o efeito da concentração”, mas destacou que isso “não significa necessariamente que exista uma bolha”.
O banco observou que o valor agregado das chamadas “Sete Magníficas” representa pouco mais da metade do valor das gigantes de tecnologia em 2000, no auge da "bolha das pontocom".
“As valorizações estão se esticando, mas ainda não atingem níveis consistentes com bolhas históricas”, afirmaram os analistas.
O relatório foi divulgado poucos dias após o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, alertar para uma possível correção nos mercados nos próximos anos. “Os mercados se movem em ciclos, e sempre que há uma aceleração significativa em torno de uma nova tecnologia, o mercado tende a correr à frente do potencial real... haverá vencedores e perdedores”, disse Solomon durante o Italian Tech Week, em Turim.
As preocupações com o superaquecimento têm levado parte dos investidores a buscar ativos de refúgio. Na madrugada desta quarta-feira, o ouro atingiu US$ 4.000 por onça pela primeira vez na história, reflexo do aumento da cautela no mercado global.