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Bolsas da Ásia atingem maior nível em três anos; dólar recua com incertezas sobre o Fed

Expectativa por cortes de juros nos EUA e avanço em acordos comerciais impulsionam apetite por risco nos mercados globais

Publicado em 27 de junho de 2025 às 06h20.

As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta sexta-feira, 27, em alta, com o índice MSCI (excluindo o Japão) para a região atingindo o maior patamar desde novembro de 2021. O movimento refletiu o otimismo em Wall Street, onde os principais índices renovaram máximas na véspera.

No Japão, o Nikkei 225 avançou 1,43%, fechando no maior nível desde janeiro. A alta foi impulsionada por ações de tecnologia e pela leitura de inflação de Tóquio, que mostrou desaceleração.

Já o Kospi, na Coreia do Sul, recuou 0,77%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,17%.

O chinês CSI 300, que reúne as principais ações listas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, teve baixa de 0,61%, mas caminha para fechar a semana com alta de 2,6%, a maior desde novembro. O destaque do pregão foi a disparada no preço das ações da Xiaomi, que subiram até 8% após o lançamento de um novo SUV elétrico.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,43%.

Europa e EUA

Na Europa, o clima também era positivo no começo da manhã. Por volta das 5h50 (horário de Brasília), o Stoxx 600 subia 0,91%, com destaque para os setores automotivo e de mineração, que ganhavam 1,4% e 1,1%, respectivamente.

O CAC 40, da França, avançava 1,30%, o DAX, da Alemanha, ganhava 0,93% e o FTSE 100, do Reino Unido, subia 0,53%.

As ações europeias foram impulsionadas pela sinalização da Casa Branca de que os prazos para a retomada de tarifas sobre importações, previstos para 8 e 9 de julho, “não são críticos” e podem ser estendidos. O setor automotivo, particularmente sensível ao tema, reagiu com altas de mais de 2% em papéis como Porsche, Valeo e Stellantis.

Uma declaração do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, também animou os mercados. Ele afirmou que solicitou aos republicanos no Congresso a retirada da proposta de taxação retaliatória conhecida como Seção 899 do pacote orçamentário. A medida previa impostos adicionais sobre investidores estrangeiros. Segundo Bessent, o pedido foi feito após os EUA chegarem a um acordo com os países do G7 sobre um novo arcabouço tributário global.

Nos Estados Unidos, os índices futuros indicavam continuidade do rali. O S&P 500 e o Dow Jones avançavam 0,23%, enquanto o Nasdaq 100 ganhava 0,30%. O movimento ocorre antes da divulgação dos dados de PCE, o indicador de inflação favorito do Fed, nesta sexta-feira, além de números sobre renda, consumo e confiança do consumidor.

Dólar e commodities

O dólar segue sob pressão nesta sexta-feira, após relatos de que o presidente Donald Trump considera substituir Jerome Powell no comando do Federal Reserve ainda neste ano.

Segundo o Wall Street Journal, Trump estaria cogitando anunciar um novo nome para o cargo até setembro ou outubro. A possibilidade de interferência política aumentou os temores sobre a independência do banco central e ampliou a pressão sobre a moeda americana, que já vinha enfraquecida diante das expectativas de cortes de juros.

Com isso, o dólar caminha para uma queda semanal de 1,4% e já acumula perda superior a 10% em 2025, segundo informações da Reuters.

A perspectiva de juros cortes adicionais foi reforçada por dados econômicos abaixo do esperado e pelo avanço das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que chegaram a um novo acordo para agilizar o envio de terras raras ao mercado americano.

No mercado de commodities, o petróleo Brent sobe 0,58%, cotado a US$ 68,12 o barril, mas ainda acumula queda de mais de 10% na semana, diante da manutenção do cessar-fogo entre Irã e Israel. O ouro cai 1%, negociado a US$ 3.294,50 a onça.

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