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Bolsas da Europa fecham em queda com riscos comerciais

Cenário envolve o derretimento sofrido pelas techs nos últimos pregões de Wall Street e o acirramento da tensão comercial entre os EUA e a China

Bolsa de valores: principais bolsas europeias fecharam em baixa na primeira sessão após o feriado de Páscoa (Getty Images/Reprodução)

Bolsa de valores: principais bolsas europeias fecharam em baixa na primeira sessão após o feriado de Páscoa (Getty Images/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de abril de 2018 às 14h17.

São Paulo - As principais bolsas europeias fecharam em baixa na primeira sessão após o feriado de Páscoa, à medida que os investidores da região digerem o derretimento sofrido pelas techs nos últimos pregões de Wall Street e o acirramento da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China. Mas, como as bolsas de Nova York operam em alta nesta terça-feira, 2, as perdas de ações na Europa foram contidas abaixo de 1%.

Outro fator a mexer com os mercados europeus foi a divulgação de importantes indicadores econômicos.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,49%, aos 369,07 pontos. O subíndice de tecnologia cedeu 0,66%, não mais que o recuo de 0,96% do composto de ações ligadas a bens e serviços industriais, impactado pelo resultado de diferentes índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) para a região, anunciados pela IHS/Markit.

Em toda a zona do euro, o índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) industrial atingiu em março o menor patamar em oito meses, a 56,6, mas o resultado veio em linha com as expectativas e apenas confirmou estimativa preliminar.

No Reino Unido, o PMI industrial surpreendeu positivamente e teve leve alta no mês passado, a 55,1.

Já o PMI industrial da Alemanha caiu mais que o esperado, de 60,6 em fevereiro a 58,2 em março, atingindo o menor nível em 15 meses. As vendas no varejo do país sofreram queda de 0,7% em fevereiro ante o mês anterior, segundo dados da agência de estatísticas alemã Destatis.

Em Londres, o FTSE 100 encerrou o pregão com queda de 0,37%, para os 7.030,46 pontos. Entre as ações em destaque, as da GKN perderam 3,63% com notícias de que a Melrose assegurou o aval de um número suficiente de acionistas para concluir a aquisição da fabricante de peças de carros e aeronaves.

Já os papéis da Sky subiram 2,12%, após a 21st Century Fox anunciar propostas para mitigar as preocupações de entes reguladores com a oferta de compra da emissora britânica, como, por exemplo, uma possível venda da Sky News para a Walt Disney Co.

Na Bolsa de Frankfurt, o DAX 30 recuou 0,78%, para os 12.002,45 pontos. Por lá, as ações da tech Infineon cederam 2,07%, enquanto as da multinacional Henkel, que atua tanto no segmento de consumo quanto no industrial, perderam 1,92%.

O CAC-40, da Bolsa de Paris, perdeu 0,29%, aos 5.152,12 pontos. Entre as mais negociadas, Total subiu 1,25%, mas Claranova teve baixa de 5,76%.

Na Bolsa de Milão, única a registrar alta nesta terça-feira, o FTSE MIB subiu 0,44%, para os 22.510,33 pontos. Na visão de analistas do banco UniCredit (+0,13%), "investidores parecem estar ignorando os riscos fiscais relacionados ao próximo governo italiano".

Para Loredana Maria Federico e Chiara Cremonesi, os mercados ainda estão precificando uma "probabilidade negligente demais" de que o próximo governo mostre menos compromisso com o ajuste fiscal ou aprove medidas danosas.

Em Madri, o Ibex-35 teve baixa de 0,53%, aos 9.549,60 pontos. Já o PSI-20, da Bolsa de Lisboa, registrou perda de 0,41%, aos 5.383,58 pontos.

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