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Bolsas globais sobem após corte de juros do Fed e avanço das ações de tecnologia na Ásia

Nikkei bate novo recorde em Tóquio, Europa sobe com bancos e futuros de Wall Street operam em alta após decisão do Fed

Tóquio: índice Nikkei fecha em recorde histórico com alta de ações de tecnologia e imóveis (Keith Tsuji/Getty Images)

Tóquio: índice Nikkei fecha em recorde histórico com alta de ações de tecnologia e imóveis (Keith Tsuji/Getty Images)

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 06h15.

Os mercados internacionais operam em alta nesta quinta-feira, 18, em meio à repercussão da decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 4% e 4,25%.

A medida, classificada pelo presidente Jerome Powell como um “corte de gerenciamento de risco”, trouxe alívio parcial aos investidores, mas reforçou a percepção de cautela do banco central americano diante do cenário de inflação persistente e mercado de trabalho mais fraco.

O movimento impulsiona ações na Ásia e na Europa, enquanto os futuros de Wall Street também avançam.

Bolsas da Ásia

No Japão, o Nikkei 225 saltou 1,2%, renovando recorde histórico, impulsionado pelos setores imobiliário e de tecnologia. Entre as maiores altas estiveram a química Resonac Holdings (+11%), a fornecedora de insumos para chips Sumco Corp (+7,39%) e a mineradora Mitsui Mining & Smelting (+5%).

O Banco do Japão iniciou reunião de política monetária nesta quinta-feira. O HSBC projeta manutenção da taxa neste encontro, mas prevê um aumento de 0,25 ponto percentual em outubro, para 0,75%, apoiado pelo crescimento acima do esperado do PIB no segundo trimestre.

Em Tóquio, as fabricantes de equipamentos para semicondutores também avançaram: Advantest e Tokyo Electron subiram quase 5% cada.

Na China, o mercado andou na contramão, com o Hang Seng caindo 1,38% e o CSI 300, 1,16%. A pressão veio de relatos de que o governo proibiu grandes empresas locais de adquirirem chips de inteligência artificial da americana Nvidia, movimento que acabou favorecendo concorrentes asiáticos.

Na Coreia do Sul, o Kospi fechou em alta de 1,40%, enquanto o Kosdaq ganhou 1,37%, impulsionados pelo rali das ações de tecnologia. A fabricante de chips de memória SK Hynix avançou 5,85%, enquanto a gigante de eletrônicos Samsung Electronics subiu 2,94%.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 recuou 0,83%, pressionado pela queda de mais de 11% da petroleira Santos, após a Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC) desistir de uma oferta de US$ 18,7 bilhões pela companhia.

Mercado da Europa

As bolsas abriram em alta, acompanhando o otimismo global após a decisão do Fed. O Stoxx 600 avançava 0,85% por volta das 5h50 (horário de Brasília), com alemão DAX (+1,42%), o francês CAC 40 (+1,24%) e o britânico FTSE 100 (+0,31%). Bancos puxavam os ganhos, com Santander, Deutsche Bank e Monte dei Paschi subindo cerca de 2%, elevando o índice Euro Stoxx Banks em 0,9%.

Entre os destaques corporativos, a farmacêutica Novo Nordisk registrou alta de 2,6% após divulgar que a versão oral do Wegovy, seu medicamento para obesidade, mostrou resultados “significativos” em testes clínicos. Investidores também aguardam a decisão do Banco da Inglaterra, que deve manter os juros em 4%.

Estados Unidos

Os futuros de Nova York operavam em alta nesta manhã: S&P 500 Futures (+0,75%), Nasdaq 100 Futures (+0,96%) e Dow Jones Futures (+0,60%).

O movimento vem após um pregão volátil na véspera, quando apenas o Dow Jones fechou positivo (+0,6%), enquanto o S&P 500 caiu 0,1% e o Nasdaq recuou 0,3%.

Para Jack McIntyre, gestor da Brandywine Global, o ambiente segue desafiador. “O Fed espera estagflação, ou seja, inflação mais alta e mercado de trabalho mais fraco. Esse não é um bom ambiente para ativos financeiros”, disse à CNBC.

Já Gina Bolvin, da Bolvin Wealth Management, avaliou que o corte sinaliza apenas um alívio gradual. “Para os investidores, isso significa um alívio modesto nas taxas, não fogos de artifício. O Fed está andando em uma linha tênue", afirmou.

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