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BRF adia assembleia sobre fusão com Marfrig após nova decisão da CVM

CVM determinou que AGE fosse adiada por mais 21 dias

BRF adia AGE sobre fusão com Marfrig pela segunda vez (Rodolfo Buhrer/Reuters)

BRF adia AGE sobre fusão com Marfrig pela segunda vez (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Repórter de negócios e finanças

Publicado em 11 de julho de 2025 às 14h04.

Última atualização em 11 de julho de 2025 às 14h11.

Em fato relevante divulgado na tarde desta sexta-feira, 11, a BRF (BRFS3) confirmou o adiamento da assembleia geral extraordinária que deliberaria sobre a combinação de negócios com a Marfrig (MRFG3). O encontro estava marcado para a próxima segunda-feira, 14, mas precisou ser postergado por uma nova determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia acatou ao protesto de acionistas minoritários - Previ e Alex Fontana - que alegam falta de transparência sobre o cálculo que determinou a relação de troca da operação: de 0,8521 ação da Marfrig para cada papel da BRF. 

Esses são os mesmos minoritários que, esta semana, entraram com um agravo na Justiça pedindo para que a assembleia seja suspensa. O primeiro foi indeferido pelos juízes, assim com uma segunda ação movida por um outro minoritário, aposentado da Previ.

Assim, a CVM negou o pedido de interrupção da AGE, mas determinou que a assembleia fosse adiada por 21 dias, para que as companhias disponibilizem detalhes sobre as informações que os comitês independentes utilizaram para estruturar a operação. "A companhia divulgará oportunamente a nova data de sua realização", diz o fato relevante da BRF.

A decisão postergou ainda mais um encontro que estava previsto para ocorrer no último dia 18 de junho. Às vésperas do encontro, a AGE foi adiada, também por decisão da CVM - e por motivos semelhantes.

O colegiado acompanhou a manifestação da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), que emitiu um parecer técnico, sugerindo o adiamento da AGE, para que os acionistas da BRF tivessem acesso a informações mais claras sobre os critérios e as condições que embasaram a proposta de operação.

A CVM considerou que, embora as informações sobre os critérios de negociação entre os comitês da BRF e da Marfrig não tenham sido totalmente divulgadas, elas são essenciais para que os acionistas possam avaliar a equidade da operação e tomar uma decisão informada. Para a autarquia, os documentos apresentavam lacunas quanto aos valores das relações de troca negociadas, o que impediu a plena compreensão dos parâmetros utilizados para determinar o preço-base das companhias envolvidas.

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