Carteira recomendada: BTG Pactual mantém 20% de exposição em bancos e serviços básicos (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 18h14.
Última atualização em 1 de setembro de 2025 às 18h37.
O BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) fez algumas mudanças em sua carteira recomendada de setembro — mês que o banco observa se formar um cenário mais favorável para a bolsa, após uma recuperação em agosto (com o Ibovespa subindo 6% em real e 9% em dólar, acima do S&P 500 que subiu 2%).
A melhora vem acompanhada da expectativa do BTG de início do ciclo de flexibilização monetária no Brasil já em dezembro, antes do previsto pelo consenso de mercado. Dados mais fracos de atividade e inflação em queda têm levado a revisões consistentes nas projeções para 2025 e 2026, abrindo espaço para uma taxa terminal mais baixa nos próximos anos.
Esse movimento tende a favorecer as ações, especialmente pelo interesse de investidores estrangeiros, ainda que os lucros das companhias mais cíclicas devam sofrer impacto com a desaceleração econômica.
No cenário internacional, a mudança de postura do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) também contribui para o apetite por risco em emergentes. Depois de sinalizar maior preocupação com o desaquecimento do mercado de trabalho e com a perda de fôlego do PIB, Jerome Powell abriu caminho para cortes de juros já em setembro.
Para o BTG, essa combinação de flexibilização monetária nos dois países deve reforçar o apelo das ações brasileiras no curto prazo. “O cenário mais promissor no curto prazo nos leva a manter o posicionamento estratégico da carteira do mês passado, mesmo após a alta observada em agosto”, diz a equipe liderada por Carlos Sequeira.
Energisa (ENGI11) e Cyrela (CYRE3) substituem Sabesp (SBSP3) e Multiplan (MULT3). Segundo o BTG Pactual, Cyrela, que tem um beta mais alto, deve apresentar resultados operacionais sólidos no segundo semestre de 2025, sendo negociada a 5x P/L.
Já Energisa, para o BTG, reforça a estratégia de aumentar a exposição em teses de long duration de qualidade, que também oferecem proteção contra a inflação.
“Vemos a empresa sendo negociada a uma TIR real de 11,3%, ao mesmo tempo que apresenta resultados operacionais sólidos.”
Embraer (EMBR3) entra na carteira, enquanto Prio (PRIO3) sai. “Embora consideremos as perspectivas de longo prazo da Prio muito promissoras, a falta de gatilhos de curto prazo e os preços do petróleo sob pressão nos levaram a substituí-la taticamente pela Embraer”, dizem os analistas.
A Embraer tem um forte momento de resultados e é negociada com um desconto acima de 10% em relação aos seus pares globais do setor de aviação, explica o banco.
No setor financeiro, o BTG se mantém dividido entre Nubank, com beta mais alto e crescimento mais forte, e o Itaú, mais defensivo.
"Também estamos mantendo a Rede D'Or, operadora de hospitais e seguros de saúde, a rede de academias Smartfit e a distribuidora de combustíveis Vibra na carteira."
O banco mantém exposição de:
Carteira Recomendada de Ações 10SIM do BTG Pactual
Nubank (ROXO34) |
Itaú Unibanco (ITUB4) |
Vibra Energia (VBBR3) |
Rede D’Or (RDOR3) |
Embraer (EMBR3) |
Equatorial (EQTL3) |
Motiva (MOTV3) |
Energisa (ENGI11) |
Smart Fit (SMFT3) |
Cyrela (CYRE3) |