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CEO da LVMH, dona da Louis Vuitton, negocia com Trump para proteger marcas de luxo

Queda no lucro da LVMH e ameaça de tarifas nos EUA colocam marcas como Louis Vuitton e Dior em alerta

Louis Vuitton: ameaça de tarifas nos EUA pressiona dona da marca a negociar acordo (CFOTO/Future Publishing /Getty Images)

Louis Vuitton: ameaça de tarifas nos EUA pressiona dona da marca a negociar acordo (CFOTO/Future Publishing /Getty Images)

Publicado em 25 de julho de 2025 às 15h52.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 16h00.

O bilionário francês Bernard Arnault, presidente do grupo de luxo LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton e Dior, intensificou seus esforços para evitar uma guerra comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos.

Nas últimas semanas, ele se reuniu com o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Arnault também manteve contato com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com Donald Trump, em busca de um acordo que evite a tarifa de 30% prometida pelo governo americano.

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), Arnault afirmou estar “razoavelmente otimista” de que um entendimento possa ser alcançado antes do prazo, previsto para o próximo mês.

Arnault e Trump mantêm uma relação antiga, desde os anos 1980, quando se conheceram em Nova York. O empresário francês esteve entre os primeiros líderes a visitá-lo após sua eleição em 2016 e participou, ao lado do republicano, da inauguração da primeira fábrica da Louis Vuitton no Texas.

Desafios da LVMH

A tensão comercial ocorre em um momento delicado para a LVMH, que reportou queda de 22% no lucro líquido do primeiro semestre, impactada pela retração na divisão de moda e artigos de couro.

Além disso, a desaceleração econômica da China e a incerteza sobre tarifas nos EUA, que representam um terço das vendas do grupo, afetam a confiança dos consumidores.

As ações da LVMH acumulam queda de mais de 30% desde janeiro, levantando questionamentos sobre a resiliência do modelo de negócios do conglomerado, que reúne mais de 75 marcas.

Arnault destacou que a LVMH é sólida o suficiente para atravessar o período de incerteza, mas alertou que outras empresas de luxo podem ser mais vulneráveis ao impacto das tarifas e ao cenário econômico.

Para reforçar sua confiança no futuro do grupo, a família Arnault comprou mais de US$ 1 bilhão em ações da LVMH desde janeiro, o que deve elevar sua participação na companhia para mais de 50% até o início do próximo ano.

Como parte de sua estratégia para reduzir riscos, Arnault planeja abrir uma segunda fábrica da Louis Vuitton no Texas até 2027, repetindo a fórmula que ajudou a evitar tarifas no passado.

Ele também defendeu a importância de manter a exclusividade e a qualidade dos produtos de alto padrão e descartou a venda da divisão de champanhes e conhaques Moët Hennessy, apesar de sua vulnerabilidade a tarifas.

“A prioridade é avançar no mercado de luxo e simplificar a estrutura”, disse Arnault ao WSJ, ressaltando que a nova geração de gestores, incluindo seus filhos, está pronta para assumir papéis de liderança no grupo.

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