A visita de Dimon pode passar uma mensagem de calmaria aos mercados (Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg/Getty Images)
Redatora
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 20h44.
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, irá visitar a Argentina nesta semana, num momento de forte instabilidade econômica e política no país. A viagem ocorre dias antes das eleições legislativas de meio de mandato, que devem definir o rumo das reformas de livre mercado do governo do presidente argentino Javier Milei.
Dimon participará de um encontro organizado pelo JPMorgan em Buenos Aires, de acordo com informações da Bloomberg.
O jornal econômico El Cronista informou que o CEO falará com funcionários do banco na capital argentina na próxima quarta-feira, 22. A visita faz parte da estratégia do JPMorgan de expandir sua presença na América do Sul, com a abertura de novos escritórios e um contrato de longo prazo para alugar 20 andares em um novo complexo corporativo em Buenos Aires.
As operações do JPMorgan no país têm longa trajetória. As atividades da instituição na Argentina remontam à década de 80, e a subsidiária local foi oficialmente estabelecida em 1984. O banco anunciou no ano passado a criação de mais 1.500 vagas no país.
A visita do executivo ocorre em meio a forte pressão sobre o peso argentino, que acumula desvalorização de 6% em outubro e mais de 40% no ano - pior desempenho entre as principais moedas de mercados emergentes, segundo a Bloomberg.
Com a moeda em queda e a inflação elevada, Milei tenta evitar uma nova desvalorização antes da votação marcada para o próximo domingo, 26. O resultado será crucial para determinar a capacidade do presidente de avançar com seu programa de ajuste fiscal e liberalização econômica.
O governo dos Estados Unidos tem demonstrado apoio direto a Milei. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, adotou uma política de “tudo o que for preciso” para sustentar a economia argentina antes da eleição.
Nesta segunda-feira, 20, o Banco Central da Argentina anunciou a conclusão de um swap cambial de US$ 20 bilhões com o Tesouro americano.
Bessent também coordena uma nova linha de crédito no mesmo valor, que deverá ser financiada por bancos e instituições privadas, em uma tentativa de reforçar as reservas internacionais e estabilizar o mercado antes do pleito.