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Cessar-fogo, Powell no Congresso e mudanças na gasolina: o que move o mercado nesta quarta-feira

Investidores monitoram o cenário fiscal, a política monetária dos EUA e os desdobramentos da trégua no Oriente Médio

Publicado em 25 de junho de 2025 às 08h05.

Os mercados operam atentos nesta quarta-feira, 25, ao desenrolar de uma série de eventos que podem influenciar o rumo dos ativos ao longo do dia. No Brasil, o foco segue na condução da política monetária e na gestão das contas públicas, enquanto, no exterior, os olhares se voltam para o segundo dia de Jerome Powell no Congresso americano.

Às 8h30, o Banco Central publica a Nota do Setor Externo, com destaque para os números das transações correntes de maio, e, às 9h30, divulga o saldo da conta corrente e o Investimento Direto no País (IDP) do período.

Ainda pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam, às 9h30, de reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deve tratar do aumento da mistura de etanol na gasolina. A proposta integra o programa Combustível do Futuro e pode ter impacto relevante no mercado de combustíveis e na inflação.

Às 11h, os Estados Unidos publicam o dado de vendas de novas moradias em maio, e, às 11h30, serão divulgados os estoques semanais de petróleo pelo Departamento de Energia (DoE). No mesmo horário, Jerome Powell volta ao Congresso americano para prestar depoimento, desta vez no Comitê Bancário do Senado. Na véspera, o presidente do Fed reforçou a cautela em relação ao início do ciclo de cortes de juros, o que consolidou as apostas de afrouxamento apenas a partir de setembro.

No câmbio, o Banco Central realiza um leilão de até US$ 1 bilhão no mercado à vista, conjugado com a oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso. O fluxo cambial semanal será divulgado às 14h30.

Os mercados seguem digerindo os desdobramentos do cenário geopolítico. A trégua entre Israel e Irã continua em vigor, mas há dúvidas sobre sua efetividade após relatos de que os ataques não teriam comprometido significativamente o programa nuclear iraniano. A tensão na região segue como pano de fundo para as decisões dos investidores.

No campo fiscal, o discurso do governo continua sendo de contenção de gastos. Em entrevista à Record, Haddad afirmou que está "congelado" o debate sobre novas despesas, salvo as consideradas imprescindíveis. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, a política fiscal atual é "extremamente contracionista", mesmo com receitas em alta no primeiro semestre. A definição sobre eventuais desbloqueios no orçamento deve ocorrer apenas após a aprovação de medidas de ajuste em análise no Congresso.

Mercados internacionais

Nesta quarta-feira, 25, os mercados internacionais operam sem direção única. Na Ásia, as bolsas fecharam com desempenho misto. O Nikkei, no Japão, subiu 0,39%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 1,22%. Já o Kosdaq, na Coreia do Sul, caiu 0,34%. A expectativa de manutenção do cessar-fogo entre Irã e Israel ajudou a reduzir a aversão ao risco, mas ainda há dúvidas sobre a efetividade do acordo.

Na Europa, os principais índices passaram a operar em queda. Às 8h, o DAX, da Alemanha, recuava 0,53%, o CAC 40, da França, caía 0,37%, e o Stoxx 600 cedia 0,29%. O FTSE 100, do Reino Unido, operava estável, com leve alta de 0,01%.

Nos Estados Unidos, os futuros indicam uma abertura mista. O índice futuro do Nasdaq 100 subia 0,14%, enquanto o do S&P 500 oscilava com leve alta de 0,01%. Já o futuro do Dow Jones recuava 0,07%.

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