BRF: Ações devem oscilar de acordo com razão de troca com Marfrig, aponta o BTG (SOPA Images/Getty Images)
Repórter de mercados
Publicado em 11 de julho de 2025 às 12h16.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 12h37.
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF, que estava marcada para a próxima segunda-feira, 14, sofreu um novo revés. Pela segunda vez, a Comissão de Valores Mobilários (CVM) determinou que o encontro, que vai deliberar sobre a fusão com Marfrig, seja adiada por pelo menos 21 dias. Novamente a autarquia entendeu que as informações sobre a operação, prestadas pelas companhias, não são suficientes e apontou falta de transparência nos documentos apresentados.
Assim, a CVM atendeu, mais uma vez, ao protesto de minoritários, que questionam a relação de troca de ações prevista na operação. E arrasta para a frente a realização de uma assembleia que estava, inicialmente, prevista para o último dia 18 de junho.
Na decisão, o colegiado acompanhou a manifestação da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), que emitiu um parecer técnico, sugerindo o adiamento da AGE, para que os acionistas da BRF tivessem acesso a informações mais claras sobre os critérios e as condições que embasaram a proposta de operação.
A CVM considerou que, embora as informações sobre os critérios de negociação entre os comitês da BRF e da Marfrig não tenham sido totalmente divulgadas, elas são essenciais para que os acionistas possam avaliar a equidade da operação e tomar uma decisão informada. Para a autarquia, os documentos apresentavam lacunas quanto aos valores das relações de troca negociadas, o que impediu a plena compreensão dos parâmetros utilizados para determinar o preço-base das companhias envolvidas.
O pedido de adiamento foi aprovado por unanimidade pela CVM. A autarquia alega também que a análise de possíveis abusos nas condições da operação depende de uma investigação mais aprofundada.
As companhias ainda não se manifestaram sobre a decisão da CVM.