O conglomerado opera diretamente em países como Romênia, Bélgica, Itália, Polônia e Argentina (Carrefour/Divulgação)
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Publicado em 8 de julho de 2025 às 18h45.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 19h13.
O plano de reestruturação global do Carrefour passa pela venda de seus negócios na Argentina. Segundo o diário La Nacion, o grupo contratou o Deutsche Bank para avaliar ativos e mapear possíveis interessados na operação portenha. No país, o gigante de origem francesa compete pela liderança em alimentos e bebidas com a rede local de supermercados Coto.
Fontes ouvidas pelo La Nacion dizem que as tratativas ainda são incipientes e podem levar vários meses ou até mais de um ano, culminando na venda ou não da empresa no país vizinho. É possível que o grupo francês decida vender parcialmente seus negócios, mantendo a presença no mercado argentino por meio de um parceiro local, em modelo similar ao que ocorre em alguns mercados na Ásia e na África.
Nesta segunda-feira, 7, o grupo anunciou uma troca no comando da operação brasileira. O atual CEO, Stéphane Maquaire, deixará a posição na próxima semana, e será substituído pelo atual COO, o argentino Pablo Lorenzo, que também será responsável por comandar a companhia na América Latina e, portanto, pode liderar o processo de desinvestimentos na Argentina.
Em fevereiro, o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, alegou que a empresa está considerando se desfazer de ativos e subsidiárias considerados não estratégicos para priorizar seus principais mercados: França, Espanha e Brasil.
O conglomerado opera diretamente em países como Romênia, Bélgica, Itália, Polônia e Argentina. "Tivemos de escolher entre a Argentina e a Romênia, e em Paris eles preferiram ficar na Romênia", disse uma fonte próxima à operação ao La Nacion.
O Carrefour opera na Argentina desde 1982, quando inaugurou seu primeiro hipermercado em San Isidro e rapidamente se expandiu no mercado local, consolidando-se na liderança na década de 1990. Hoje, o faturamento anual no país é de aproximadamente US$ 6 bilhões. O grupo conta com mais de 17 mil funcionários e cerca de 680 lojas em diversos formatos pelo país.
A rede La Anónima, da família Braun, e o grupo GDN, liderado por Francisco de Narváez, que adquiriu os negócios do Walmart na Argentina há alguns anos, estão entre os principais cotados para assumir a operação do Carrefour no país. O fundo de investimento Inverlat, dono da rede Havanna, e o Mercado Livre, que estreou no setor de supermercados com sua própria divisão de vendas de alimentos, também estariam no páreo.
O Carrefour não se pronunciou sobre o interesse em desinvestir no país vizinho.