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Disney de volta ao jogo: streaming e parques dobram lucro para US$ 5,26 bilhões no 3º tri

Apesar do bom resultado, a empresa atingiu US$ 23.65 em receita, um pouco abaixo da expectativa dos analistas de Wall Street

Disney: streaming e cinema elevam lucro da empresa em 2025 (Disney/ Montagem EXAME)

Disney: streaming e cinema elevam lucro da empresa em 2025 (Disney/ Montagem EXAME)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 07h53.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 10h30.

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Demorou, mas Walt Disney Company está de volta ao jogo — e o craque da partida têm sido o audiovisual. O setor sozinho apresentou receita de US$ 10,7 bilhões, aumento de 1% em relação ao ano passado, e fez o lucro líquido da empresa subir para US$ 5,26 bilhões, de acordo com os resultados do terceiro trimestre fiscal de 2025 divulgados nesta quarta-feira, 6.

O número é mais que o dobro dos US$ 2,62 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, o que representa uma alta de 100,8%.

Além do audiovisual, o aumento também foi motivado pela alta no setor de experiências, que contempla parques, cruzeiros e resorts. Nesta área, o lucro foi de US$ 2,5 bilhões durante o período de férias escolares, um aumento de 13%. Só os parques dos EUA cresceram 22%, para US$ 1,7 bilhão.

Apesar do bom resultado, a empresa atingiu US$ 23,65 em receita, um pouco abaixo da expectativa dos analistas de Wall Street, que esperavam US$ 23,73 bilhões.

Streaming vai virar a prata da casa?

O principal motor de crescimento da Disney foi a divisão de streaming. O Disney+ acrescentou 1,8 milhões de assinantes no trimestre e chegou a 128 milhões de usuários, número alto o suficiente para superar os mais de 700 mil clientes perdidos no primeiro trimestre do ano, segundo informações do The Wrap. A receita do segmento aumentou 6%, para US$ 6,18 bilhões.

O bom desempenho da plataforma de streaming não só elevou o lucro total da empresa, mas também fez com que a Disney conseguisse compensar parte do baque nas receitas da TV tradicional. O setor teve queda de 15%, para US$ 2,27 bilhões, resultado da redução da audiência e menores taxas de publicidade.

Junto do Disney+, a parte de entretenimento da companhia também viu as receitas e lucro crescerem com a bilheteria de "Lilo & Stitch", segunda maior do ano até o momento, com arrecadação mundial de US$ 1,025 bilhão. O valor foi alto o suficiente para reverter o prejuízo de "Elio" (US$ 144,2 milhões), da Pixar, que acabou não se pagando, e os resultados mediados de "Thunderbolts*" (US$ 382,4 milhões) e "Capitão América: Admirável Mundo Novo" (US$ 415 milhões).

Como parte de uma reestruturação no setor de entretenimento, a Disney anunciou a demissão de centenas de funcionários nas áreas de cinema e TV recentemente.

No início do ano, a companhia tinha a meta de chegar a US$ 1 bilhão em lucro somente com o streaming em 2025. No terceiro trimestre fiscal, o resultado foi de US$ 346 milhões, e todo o setor de entretenimento — que além do Disney+ também contempla a TV tradicional e o cinema — atingiu US$ 1 bilhão. A empresa atualizou a previsão e estima ainda que o lucro proveniente do streaming atinja US$ 1,3 bilhão até o final de 2025.

Parques crescem nas férias

A divisão de experiências, que engloba parques temáticos, resorts, cruzeiros e produtos de consumo, foi outra protagonista do crescimento da Disney no trimestre. A receita do segmento aumentou 8%, totalizando US$ 9,09 bilhões, impulsionada por um significativo aumento no gasto dos consumidores durante o período de férias escolares.

Os parques domésticos se destacaram, com um crescimento de 10% nas receitas, e alcançaram US$ 6,4 bilhões. O desempenho foi favorecido pela alta nas despesas dos visitantes, que gastaram mais em ingressos, hospedagem e produtos nas lojas oficiais. A Disney observou um aumento no volume de visitantes, tanto nas estadias em resorts quanto nas viagens de cruzeiro.

O crescimento reflete não só a recuperação da demanda pós-pandemia, mas também em novos investimentos em atrações e experiências imersivas. Em agosto do ano passado, durante a D23 em Anaheim (Califórnia, da qual a EXAME participou, a companhia anunciou uma série de mudança nos brinquedos dos parques de Orlando e da Califórnia, com alas novas e expansão de espaço.

Experiência de luxo e exclusividade nos parques também se mostraram um fator-chave. Os visitantes não apenas aumentaram os gastos dentro dos parques, mas também buscaram experiências exclusivas, como pacotes VIP e acesso a eventos especiais.

Perspectivas otimistas para 2025

Em relação ao futuro, a Disney atualizou as projeções financeiras para o ano fiscal de 2025. A empresa agora espera um lucro ajustado por ação de US$ 5,85, crescimento de 18% em comparação com 2024. Também prevê um aumento nas receitas da divisão de parques, de até 8% no próximo período.

A empresa também anunciou uma parceria estratégica com a National Football League (NFL), que adquirirá uma participação de 10% na ESPN. O acordo inclui a aquisição do NFL Network e de outros ativos da liga, que serão integrados à plataforma de streaming da ESPN, lançada nos EUA em 21 de agosto.

Também foi anunciado que a WWE (World Wrestling Entertainment) será exclusiva na ESPN a partir de 2026, com eventos como o WrestleMania integrados à programação.

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