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Dólar cai após debate nos EUA e relatório de inflação do BC

Dólar cedia ante a percepção de que a candidata democrata Hillary Clinton se saiu melhor que Donald Trump no debate presidencial dos EUA


	Dólar: relatório de inflação do BC reforçou a hipótese de corte iminente na taxa de juros do Brasil
 (Getty Images)

Dólar: relatório de inflação do BC reforçou a hipótese de corte iminente na taxa de juros do Brasil (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2016 às 11h36.

São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta terça-feira, depois que a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton, saiu vitoriosa do debate contra o rival republicano Donald Trump, na véspera.

"O resultado do debate é a principal justificativa para o dólar estar caindo ante o real hoje, mas o Relatório de Inflação também contribuiu", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Às 10:53, o dólar recuava 0,35 por cento, a 3,2361 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar marcou 3,2192 reais e, na máxima, 3,2475 reais.

O recuo da moeda, no entanto, foi perdendo força ao longo do pregão, com a atuação dos importadores na compra. "Foi o importador que trouxe o dólar da mínima para o nível de 3,24 reais, aproveitando os preços", comentou o diretor da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Pesquisa da emissora CNN após o confronto nos Estados Unidos constatou que Hillary se saiu melhor para 62 por cento das pessoas consultadas. Apenas 27 por cento consideraram que Trump foi o melhor no debate.

O peso mexicano, por sua vez, se fortaleceu ante o dólar depois do debate, uma vez que Trump tem uma postura rígida em relação à imigração ilegal e propôs a construção de um muro ao longo da fronteira sul com o México.

Internamente, o Relatório Trimestral de Inflação também contribuiu para o recuo do dólar ante o real, uma vez que o documento sinalizou que a inflação está convergindo para a meta de 4,5 por cento e que o Banco Central, assim, pode fazer um corte na taxa Selic já no encontro de outubro.

Mesmo reduzindo a taxa básica do país, atualmente em 14,25 por cento ao ano, o Brasil seguirá atrativo ao investidor estrangeiro. "Mesmo o Relatório de Inflação reforçando as apostas de corte de juros, o Brasil deve atrair fluxo de recursos para a renda fixa --com investidores ainda aproveitando as taxas elevadas-- e também para a Bolsa, já que país está se fortalecendo", comentou Spyer.

"Além disso, a Turquia foi rebaixada pela Moody's e muitos investidores podem trocar de país, saindo de lá e vindo para cá."

No sábado, a agência de classificação de risco Moody's cortou a nota de crédito soberano da Turquia para o nível especulativo, citando preocupações sobre o Estado de direito após uma tentativa de golpe, os riscos de financiamento externo e desaceleração da economia.

*Atualizada às 11h36

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