Dólar: divisa renova mínima (novamente) a R$ 5,40 (SimpleImages/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 3 de julho de 2025 às 17h15.
O dólar fechou a quinta-feira, 3, com queda de 0,28%, cotado a R$ 5,405 - menor valor em um ano - após oscilar entre R$ 5,404 e R$ 5,447. A moeda abriu em alta, mas logo virou para a queda com os dados de emprego dos EUA acima do esperado, descolando do exterior, com o DXY inclusive subindo lá fora.
Vale o adendo de que a sessão teve menor liquidez, já que os mercados em Nova York encerram as negociações mais cedo hoje (às 14h no horário de Brasília) e permanecerão fechados na sexta, devido ao feriado de 4 de julho, Dia da Independência nos Estados Unidos.
Para a XP, dois elementos contribuíram para a apreciação do real: a expectativa de reformas fiscais a partir de 2027 e a atuação rápida e firme do Banco Central no ciclo de alta dos juros. "Acreditamos que esse cenário permanecerá. Assim, revisamos nossa projeção para a taxa de câmbio no final deste ano, de R$ 5,80 para R$ 5,50 reais por dólar e de R$ 6,10 para R$ 5,70 no final de 2026."
Em junho, a economia americana adicionou 147 mil empregos, acima da expectativa que era de 106 mil empregos. Com o resultado, a taxa de desemprego recuou de 4,2% para 4,1%. Para André Valério, economista sênior do Inter, o resultado do payroll é mais uma evidência de que o Federal Reserve não deverá cortar a taxa de juros na próxima reunião.
“O mercado de trabalho continua robusto, em um ambiente de difícil contratação, mas de difícil demissão, também. Os números de seguro-desemprego, por exemplo, continuam em patamar historicamente associado a um mercado de trabalho saudável, sem sinais de demissões generalizadas pela economia. Até o momento não se vê sinais de impacto das tarifas sobre a economia americana, mas ainda não se pode eliminar a hipótese de que esse impacto aparecerá nos próximos meses”, afirma.
E é essa incerteza que manterá o Fed paralisado na próxima reunião. Se de fato houver impacto sobre o emprego nos próximos meses, espera-se que o Fed corte os juros nas três reuniões restantes do ano, a partir de setembro.
Também justifica a valorização do real a manutenção de juros altos por mais tempo aqui no Brasil e o aumento do diferencial de juros entre EUA e Brasil, explica Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.
"O dólar vem perdendo força globalmente nos últimos meses, inclusive aqui no Brasil, onde observamos uma possível retomada das compras por parte do investidor estrangeiro, que busca se antecipar ao que pode estar por vir", comenta.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.
O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.