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Dólar dispara com tendência externa e decisão sobre swap

BC decidiu reduzir o volume de rolagem de contratos de swap cambiais que vencem em junho


	Dólar: a moeda norte-americana deixou para trás a marca de R$ 3, para fechar cotada em R$ 3,0870 no segmento à vista de balcão, em alta de 2,56%
 (Getty Images)

Dólar: a moeda norte-americana deixou para trás a marca de R$ 3, para fechar cotada em R$ 3,0870 no segmento à vista de balcão, em alta de 2,56% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 17h21.

São Paulo - O dólar iniciou maio em trajetória ascendente, determinada por fatores externos e locais, deixando para trás a marca de R$ 3, para fechar cotada em R$ 3,0870 no segmento à vista de balcão, em alta de 2,56%, mas com um volume fraquíssimo, de US$ 203 milhões perto das 16h30. O dólar para junho estava em R$ 3,114 (+2,43%), às 16h24.

A moeda passou o dia todo em alta, alinhada à tendência vista no exterior e também em reação à decisão do Banco Central de reduzir o volume de rolagem de contratos de swap cambiais que vencem em junho.

As máximas foram renovadas no período da tarde, mesmo com a divulgação de números da balança comercial de abril melhores do que o esperado.

No maior patamar da sessão, o dólar à vista atingiu R$ 3,0940 (+2,79%), pouco depois das 15 horas. A mínima, perto das 10h30, foi de R$ 3,0590 (+1,63%).

Lá fora, o dólar ganhou força após a divulgação do PMI Industrial da China, apurado pelo HSBC, sobretudo ante as divisas de países emergentes. O índice dos gerentes de compras recuou de 49,6 em março para 48,9 em abril, se distanciando ainda mais da marca de 50, que marca o limite entre contração e avanço da atividade.

Além disso, os analistas estão cautelosos com a agenda da semana, que tem como destaque a divulgação do relatório de emprego nos EUA na sexta-feira.

No Brasil, a forma como o Banco Central deverá conduzir as rolagens de contratos de swap cambial que vencem em junho ao longo deste mês também afetou os negócios. O BC informou, na noite de quinta-feira, 30, que realizaria hoje leilão de até 8,1 mil contratos.

Mantido esse ritmo ao longo do mês, o BC rolará US$ 7,695 bilhões em maio, deixando US$ 1,961 bilhão de fora, ou seja, a rolagem será de 80% do estoque do mês. Em abril, as rolagens diárias eram de até 10,6 mil contratos.

Segundo operadores, também forneceu suporte ao dólar ante o real o ceticismo do mercado sobre a aprovação das medidas fiscais no Congresso, após novos sinais de atritos entre o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de alterações feitas aos projetos originais idealizados pela Fazenda durante as negociações no Legislativo.

Com isso, o mercado ignorou dados positivos da balança. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em abril houve superávit de US$ 491 milhões, acima do teto das expectativas, que apontavam desde um déficit comercial de US$ 300 milhões a um superávit de US$ 253 milhões, com mediana positiva de US$ 50 milhões.

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