Dólar: pedidos de seguro-desemprego avançam e expectativa para corte de juros nos EUA aumenta (Designed by/Freepik)
Repórter de finanças
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 17h08.
O dólar à vista fechou em queda, nesta quinta-feira, 11, de 0,27%, a R$ 5,392, após oscilar entre R$ 5,375 e R$ 5,423.
Um dos destaques do dia foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O indicador variou 2,9% em agosto, numa intensidade maior que a projetada pelo mercado, a poucos dias da reunião que pode marcar a retomada de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Entretanto, as apostas de corte de juros seguem por lá. Segundo a plataforma FedWatch, do CME Group, 94,9% do mercado acreditavam, às 16h50 desta quinta, que o Fed iria cortar os juros em 0,25 ponto percentual (p.p.), enquanto 5,1% acreditavam que o corte seria maior, em 0,50 p.p..
Apesar da inflação mais alta, o que colabora para a tese de corte de juros e, consequentemente, enfraquece o dólar, são os pedidos de seguro-desemprego, que avançaram para 263 mil na semana encerrada no dia 6 de setembro, sinalizando um mercado de trabalho mais frágil.
O resultado corresponde a uma alta em relação à leitura revisada da semana anterior, de 236 mil. O número foi o nível mais alto de pedidos iniciais desde 23 de outubro de 2021.
"O dólar recuou, possivelmente, porque os investidores entendem que a piora no emprego aumenta a probabilidade de cortes de juros pelo Fed ainda este ano", diz Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.
Na sua visão, o CPI indica uma pressão inflacionária maior do que a desejada, mas não suficiente para inviabilizar cortes, já que o núcleo da inflação permanece controlado. "Assim, fica claro que o que move o dólar hoje é justamente essa expectativa de que o Fed terá de agir para sustentar a economia, mesmo diante de inflação resistente."
Somado ao avanço do número de pedidos de seguro-desemprego, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) veio abaixo do esperado no dia anterior. O PPI dos Estados Unidos caiu 0,1% em agosto de 2025 na comparação mensal, contrariando a expectativa de alta de 0,3%.
"Este cenário derrubou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e impulsionou as bolsas em Wall Street a novos recordes. Para o Brasil, a conjuntura favorece o real, já que juros mais baixos nos EUA tendem a direcionar o capital global para mercados emergentes em busca de maior rentabilidade", explica Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad.
No local, o mercado repercutiu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que formou maioria, com o voto de Cármen Lúcia, para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por todos os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da União (PGR) na denúncia de tentativa de golpe de Estado em 2022.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.
O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.