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Dólar fecha em alta de 0,73% após Bolsonaro ser alvo de operação da PF

O mercado está receoso se o movimento pode piorar a negociação de tarifas com o presidente dos EUA, Donald Trump

Dólar: na semana, moeda acumulou ganho de 0,72%. (japatino/Getty Images)

Dólar: na semana, moeda acumulou ganho de 0,72%. (japatino/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 18 de julho de 2025 às 17h20.

Última atualização em 18 de julho de 2025 às 17h21.

O dólar fechou a sexta-feira, 18, em alta de 0,73%, cotado a R$ 5,587, após oscilar entre R$ 5,524 e R$ 5,598. Na semana, moeda acumulou ganho de 0,72%. Lá fora, o dólar desvalorizava frente às principais moedas, com o índice DXY recuando quase 0,2%.

“Esse descolamento se deu por conta dos acontecimentos políticos locais, com a Polícia Federal cumprindo ordem judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Com isso, aumenta-se a incerteza sobre a relação Brasil-EUA, com potencial de acirramento na questão tarifária como possível retaliação à operação, o que elevou a percepção de risco do mercado local”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.

Ao anunciar uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou como motivo os processos judiciais contra Bolsonaro e contra redes sociais americanas. Depois, o republicano abriu uma investigação contra o Brasil para apurar práticas “desleais” de comércio. 

Na noite de ontem, um pronunciamento gravado do presidente Lula foi veiculado em resposta direta a Trump. Lula chamou de falsas as alegações do governo americano apresentadas em documento que anunciava a abertura de investigação de práticas comerciais do Brasil com os Estados Unidos. Ele também classificou a medida da Casa Branca como uma chantagem.

Em tese, a taxa entra em vigor em 1º de agosto, mas ainda não foi oficializada por uma ordem executiva. Assim, o governo brasileiro busca negociar formas de evitar o "tarifaço". Em manifestações recentes, o petista diz que o Brasil aceita negociar tarifas com os americanos, mas acrescenta que o país não aceitará interferência externa e está pronto para usar a lei da reciprocidade econômica — e até recorrer à Organização Mundial de Comércio.

No cenário externo, prevalece a fraqueza global do dólar. “O movimento é influenciado pela alta do petróleo e por declarações dovish [favorável a cortes de juros] de diretores do Federal Reserve”, acrescenta Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Mais cedo, Christopher Waller disse à Bloomberg TV que uma redução nas taxas de juros na reunião deste mês seria apropriada. Waller  também disse que, se Trump o indicasse ao cargo de presidente da autarquia, ele aceitaria.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.

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