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Dólar fecha em queda, a R$ 5,55, após dados de inflação americana

Em linha com as projeções, os dados de inflação fortaleceram as apostas de que o Fed pode iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro

Dólar: moeda fechou nesta terça-feira, 15, cotado a R$ 5,558, após oscilar entre R$ 5,535 e R$ 5,604. (RHJ/Getty Images)

Dólar: moeda fechou nesta terça-feira, 15, cotado a R$ 5,558, após oscilar entre R$ 5,535 e R$ 5,604. (RHJ/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de julho de 2025 às 17h05.

O dólar fechou com queda de 0,47% nesta terça-feira, 15, cotado a R$ 5,558, após oscilar entre R$ 5,535 e R$ 5,604. Os investidores reagiram a dados da inflação dos Estados Unidos, que saíram em linha com o esperado. No Brasil, tensões comerciais e impasse sobre o IOF constam no radar.

Ao virem em linha com as projeções, os dados de inflação fortaleceram as apostas de que o Federal Reserve pode iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. “Essa perspectiva diminuiu a atratividade do dólar globalmente e abriu espaço para a valorização de moedas de países emergentes. Neste ambiente, o real demonstrou força particular, liderando os ganhos na América Latina”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos teve alta de 0,3% em junho, acima do avanço de 0,1% no mês anterior, mas em linha com a projeção dos analistas. Em 12 meses, a inflação atingiu 2,7%, acelerando em relação aos 2,4% registrados em maio e ligeiramente acima dos 2,6% esperados por economistas. O resultado era especialmente aguardado devido aos temores de que as tarifas do presidente Donald Trump impulsionassem os preços aos consumidores ao longo do ano.

O real sofreu depois que o presidente republicano anunciou, na semana passada, uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Entre o anúncio do republicano e o fechamento do pregão anterior, o dólar subiu 2,5% frente ao real.

O que o mercado espera, agora, é a resposta do governo brasileiro à ameaça de Trump. Até o momento, o presidente Lula disse que o país pretende negociar com os EUA, mas não hesitará em usar a reciprocidade caso as conversas falhem. Mais cedo, o governo publicou no Diário Oficial decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, fornecendo mecanismos para o país responder às tarifas dos EUA.

Enquanto isso, as atenções se dividem para a audiência de reconciliação entre representantes do governo e do Congresso, promovida pelo STF, para discutir a tentativa do Executivo em elevar a cobrança do IOF.

"A tendência de queda do dólar foi ainda reforçada no Brasil por sinais de uma possível flexibilização na cobrança do IOF e por uma postura mais firme do governo diante da ameaça de tarifas americanas, aliviando tensões no mercado local", explica Shahini.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é amplamente utilizado por empresas e instituições financeiras em operações de curto prazo, oferecendo uma cotação com base no valor real de mercado no momento da transação.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro é uma cotação projetada para contratos de compra e venda de dólares a serem liquidados em datas futuras. Esse tipo de dólar é negociado na Bolsa de Valores, permitindo que empresas e investidores se protejam contra a volatilidade cambial. A cotação do dólar futuro pode variar bastante, pois leva em consideração as expectativas do mercado sobre a economia.

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