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Dólar sobe 1,3% com desaceleração global e crise política no Brasil

Arroubos antidemocráticos do presidente Jair Bolsonaro preocupam investidores locais e internacionais

Dólar: para os turistas, a moeda americana chegava a ser vendida a 5,60 reais no final da tarde (Yuji Sakai/Getty Images)

Dólar: para os turistas, a moeda americana chegava a ser vendida a 5,60 reais no final da tarde (Yuji Sakai/Getty Images)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 20 de abril de 2020 às 09h11.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 16h48.

O dólar começou a semana em alta contra o real em meio ao crescimento das preocupações com o travamento da economia global pela pandemia do novo coronavírus, que causa a infecção respiratória covid-19, e ao agravamento da crise política no Brasil.

Às 16h44, o dólar comercial, que é referência nas transações entre bancos e empresas, avançava 1,3%, vendido a 5,2995. Já o dólar turismo, usado pelos viajantes, subia 1,2%, vendido a 5,60 reais.

No final da tarde, o BC anunciou um leilão de moedas à vista que fez com que o dólar recuasse  de volta para o patamar de R$ 5.30. A máxia de hoje foi R$ 5.318

Diante da persistente incerteza sobre a duração da recessão mundial causada pela pandemia e do caminho para a retomada, o petróleo tem grande queda nesta segunda-feira, 20. O contrato futuro do barril de óleo tipo Brent, que é a referência usada pela Petrobras na sua política de preços, caiu 5,20% em Londres, para 26,62 dólares o barril. Já o petróleo WTI, que é negociado em Nova York, caia 40,56%, a 10,86 dólares, por conta do descasamento entre a queda da demanda e o aumento da produção nos Estados Unidos.

No Brasil, os crescentes arroubos antidemocráticos do presidente Jair Bolsonaro assustam os investidores. Desrespeitando novamente as recomendações de distancimento social para conter a disseminação do coronavírus, Bolsonaro participou ontem de uma manifestação que pedia um novo Ato Institucional número 5 – que, em 1968, inaugurou o período mais duro da ditadura militar no país – e o fechamento do Congresso Nacional.

O presidente disse a um grupo de manifestantes que acabou a "época da patifaria". "Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás, nós temos um novo Brasil pela frente", disse Bolsonaro, em meio a acessos de tosse, de cima da caçamba de uma caminhonete que usou como palco. Os comentários foram repudiados por partidos de todo o espectro político.

Na manhã desta segunda-feira, 20, Bolsonaro usou mais uma vez a tática de desdizer o que havia afirmado para tentar colocar panos quentes na situação. Ao sair de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, disse a jornalistas que defende o Supremo Tribunal Federal e o Congresso "abertos e transparentes".

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