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Dólar se estabiliza após impacto da demissão de diretora do Fed por Trump

Decisão do presidente dos EUA de demitir Lisa Cook levanta dúvidas sobre a independência do banco central americano

Donald Trump: presidente americano aumenta tensão com o Fed ao demitir Lisa Cook (Mandel Ngan/AFP)

Donald Trump: presidente americano aumenta tensão com o Fed ao demitir Lisa Cook (Mandel Ngan/AFP)

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 07h12.

O dólar voltou à estabilidade nesta terça-feira, 26, após uma abertura volátil, reflexo do anúncio feito na noite anterior pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demitir a diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook. A medida renovou preocupações sobre a independência do banco central americano.

O euro e a libra esterlina operam com pouca variação frente ao dólar, cotados a US$ 1,1617 e US$ 1,3461, respectivamente, em linha com os movimentos contidos de outras moedas como o iene japonês e o franco suíço.

Segundo a agência Reuters, o Dollar Index (DXY), que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas, estava praticamente estável em 98,42 pontos, após se recuperar de uma queda de até 0,4% logo depois do anúncio de Trump.

Demissão de Lisa Cook

Na noite da última segunda-feira, 25, o presidente divulgou uma carta direcionada a Cook em suas redes sociais comunicando a decisão.

A medida representa uma escalada no embate com o Fed. Trump tem criticado de forma recorrente o presidente Jerome Powell por não cortar os juros, embora tenha evitado ameaçar sua demissão a menos de nove meses do fim do mandato.

Na carta, Trump alegou supostas irregularidades de Cook na obtenção de empréstimos hipotecários. Em resposta, a diretora afirmou que o presidente não tem autoridade para demiti-la e que não pretende renunciar.

Segundo a Reuters, o mercado de juros futuros precifica quase 82% de probabilidade de corte na taxa básica na reunião de setembro do Fed.

Alternativas ao dólar

Kenneth Broux, chefe de pesquisa corporativa de câmbio e taxas do Societe Generale, disse, em entrevista à Reuters, que, embora haja investidores dispostos a vender dólar, as preocupações econômicas e fiscais na Europa limitam as alternativas de moedas para apostar contra a divisa americana.

Os títulos do governo francês recuaram, com o risco crescente de queda do governo minoritário do país no mês que vem. Os principais partidos de oposição afirmaram que não apoiarão o voto de confiança anunciado pelo primeiro-ministro François Bayrou, ligado a um plano de cortes orçamentários de € 44 bilhões.

“O questionamento mais amplo para o euro é se as notícias recentes da França vão reduzir o apetite pela moeda de forma geral ou se isso é um problema restrito ao país”, afirmaram analistas do ING em nota.

No mercado asiático, o yuan offshore chinês era negociado a 7,1635 por dólar, perto do nível mais forte em um mês, acompanhando o rali das bolsas locais.

Entre as criptomoedas, o bitcoin subia 0,5%, enquanto o ether avançava 1,5%.

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