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Efeito Trump: Volkswagen propõe levar fábrica da Audi ao EUA para escapar do tarifaço

Montadora alemã apresentou uma proposta na qual levaria a produção da marca Audi para os EUA em troca de concessões tarifárias

 (Matthias Balk/picture alliance/Getty Images)

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Publicado em 26 de julho de 2025 às 05h30.

A montadora alemã Volkswagen entende que tem sido prejudicada pelas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos. As restrições do republicano, que taxou em 25% as importações globais de automóveis para o país, já teriam custado cerca de US$ 1,5 bilhão aos cofres da empresa.

A empresa teve uma forte queda nos lucros do primeiro semestre e reduziu sua projeção de retorno operacional para este ano, de 5,5% para 4%, diante da incerteza comercial. As marcas Audi e Porsche foram as maiores prejudicadas no período.

O ponto de partida para a virada desta situação foi uma proposta apresentada pela montadora nesta sexta-feira, 25. Segundo a Dow Jones, a Volkswagen ofereceu ao governo americano levar a sua produção da marca Audi para os EUA em troca de concessões tarifárias. “É um pacote escalável, que no final, claro, dependerá do que recebermos em troca”, disse o diretor-presidente da Volkswagen, Oliver Brume.

Enquanto o Reino Unido e o Japão já fecharam acordos para obterem tarifas mais baixas, a União Europeia ainda não garantiu um, o que tem causado apreensão na empresa.

A proposta

Atualmente, a produção da Audi é importada da Europa e do México. A proposta da empresa ao governo de Trump teria a carga tarifária sobre a montadora reduzida em um dólar para cada dólar que ela investisse no país. Hoje, a fatia da montadora no mercado americano é de 5%.

A Volkswagen já se comprometeu a fazer grandes investimentos no país, incluindo um acordo de mais de US$ 5 bilhões com a Rivian e uma fábrica de US$ 2 bilhões na Carolina do Sul para a marca Scout.

Além dos custos tarifários de 1,3 bilhão de euros, o lucro operacional no primeiro semestre foi atingido por 700 milhões de euros em encargos de reestruturação. No geral, o lucro operacional do primeiro semestre caiu um terço, para 6,7 bilhões de euros, com receita praticamente estável em 158 bilhões de euros.

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