Evando Calanca, diretor-geral da Emergent Cold LatAm para o Cone Sul (Emergent Cold LatAm/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 08h22.
Última atualização em 12 de setembro de 2025 às 09h17.
A Emergent Cold LatAm acaba de concluir a aquisição da Comfrio, uma plataforma nacional de armazenagem refrigerada no Brasil controlada pela Aqua Capital, Sebastián Popik, nome por trás da Agrogalaxy. A informação foi antecipada à EXAME.
Com a transação, anunciada em julho passado, a gigante de logística e armazenamento latino americana passa a operar, no total, 37 instalações em 12 estados brasileiros.
Agora, a companhia consegue armazenar um total de 4 milhões de metros cúbicos — algo como 1,6 mil piscinas olímpicas em produtos refrigerados.
“Em posições de pallets, métrica muito usada na logística, passamos de 200 mil para 610 mil posições. Em média, consideramos uma tonelada de alimento por pallet”, explica Evando Calanca, diretor-geral da Emergent Cold LatAm para o Cone Sul, com exclusividade à EXAME.
A empresa já operava em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Com a Comfrio, passa a ter capilaridade também em Minas Gerais, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Goiás e Amazonas.
Criada em 2021, a gigante tem entre seus principais investidores Stonepeak Infrastructure Partners, Lineage e D1 Capital. Desde a sua fundação, já realizou 20 aquisições na América Latina, onde emprega mais de 3 mil pessoas.
Já a Comfrio é um fornecedor de soluções logísticas integradas com foco na distribuição nacional e no transporte de última milha. A empresa também se apresenta como líder de mercado no segmento de armazenagem de grãos e sementes, o que leva a Emergent Cold a uma posição estratégica no agronegócio.
A Emergent já tinha força no armazenamento de proteína animal voltada para a exportação.
“Nossa planta no Rio Grande do Sul, por exemplo, é a única terceirizada com habilitação para exportações de carne à China. No total, nossos armazéns são habilitados para exportações a mais de 150 países”, lembra Palfenier.
O plano é seguir analisando oportunidades no mercado brasileiro, seja com a expansão de armazéns já existentes ou com a construção de novas plantas.
“Mantemos conversas constantes com os clientes para avaliar a demanda. Posso dizer que há espaço para crescimento em importantes centros urbanos, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro”, afirma o presidente.
Até o momento, as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros exportados para os EUA não causaram impacto na estratégia da empresa. Nem no Brasil e nem nos demais países da América Latina onde e Emergent opera.
“Em cenários como esse, os clientes buscam novos mercados para direcionar as exportações. Como temos habilitações que nos permitem armazenar produtos com destino a mais de 150 países, esse é um grande diferencial”, conclui.