Empresas estão valendo hoje mais de US$ 18 trilhões (Montagem EXAME)
Repórter
Publicado em 10 de julho de 2025 às 21h07.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 21h29.
Toda vez que falamos das "Seven Magnificents" — grupo formado por Nvidia, Microsoft, Meta, Amazon, Alphabet, Apple e Tesla —, sabemos que as cifras serão altas e pesadas.
Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, de 31 de dezembro de 2024 até 10 de julho de 2025, o valor de mercado agregado dessas sete gigantes saltou de US$ 16,19 trilhões para US$ 18,25 trilhões, um crescimento de US$ 2,06 trilhões. Para efeito de comparação, o aumento de valor das "Magnificents" equivale a 2,64 vezes o valor total de todas as empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, que no mesmo período foi de US$ 623 bilhões para US$ 779 bilhões — uma alta de US$ 156 bilhões.
O dado chama ainda mais atenção quando se observa que, mesmo com essa valorização, as "Seven Magnificents" hoje equivalem a 23,4 vezes o valor de mercado da B3. Em dezembro de 2024, essa proporção era ainda maior: 26 vezes. Isso reflete não só a força relativa das gigantes globais, mas também um movimento de recuperação — ainda que modesta — do mercado acionário brasileiro.
Para efeito de proporção macroeconômica, o valor de mercado atual das Seven Magnificents — US$ 18,25 trilhões em 10 de julho de 2025 — equivale a mais de oito vezes o Produto Interno Bruto (PIB) nominal do Brasil, estimado em cerca de US$ 2,2 trilhões em 2025. Isso evidencia a magnitude financeira dessas gigantes de tecnologia, que, juntas, valem múltiplos de uma das maiores economias emergentes do mundo. Em outras palavras, o mercado atribui a esse seleto grupo um valor que ultrapassa, com ampla margem, a produção de bens e serviços de todo o território brasileiro em um ano.
O marco mais emblemático desse período foi protagonizado pela Nvidia. Impulsionada pelo apetite global por inteligência artificial, a empresa se tornou a primeira entre as "Seven Magnificents" a romper a barreira dos US$ 4 trilhões em valor de mercado. No dia 10 de julho de 2025, a Nvidia estava avaliada em US$ 4,004 trilhões, após ganhar impressionantes US$ 715 bilhões em apenas pouco mais de seis meses, segundo a Elos Ayta.
Com isso, a Nvidia assume uma posição simbólica: além de ser líder em chips para IA, passa a ser também a maior companhia de capital aberto do planeta, superando até a Apple, que tradicionalmente ocupava essa posição.
Embora a Nvidia tenha se destacado pelo feito histórico, quem apresentou o maior crescimento em valor de mercado no acumulado de 2025 foi a Alphabet, dona do Google. A companhia adicionou US$ 1,05 trilhão à sua capitalização, saindo de US$ 1,106 trilhão para US$ 2,161 trilhões.
Em termos percentuais, trata-se de uma valorização expressiva que reforça o apetite dos investidores por empresas ligadas à tecnologia e serviços digitais — segmentos que continuam sendo motores da bolsa americana, mesmo em um ambiente de juros ainda elevados.
Nem todas as gigantes surfaram a onda positiva de 2025 até aqui. A Apple perdeu US$ 612 bilhões em valor de mercado, caindo de US$ 3,785 trilhões para US$ 3,173 trilhões. Já a Tesla teve uma redução de US$ 298 bilhões, sendo hoje a única das "Seven Magnificents" com valor inferior a US$ 1 trilhão, agora cotada em US$ 998 bilhões, de acordo com a Elos Ayta.
Esses movimentos refletem fatores específicos: no caso da Apple, pressões sobre vendas e margens; já para a Tesla, maior concorrência no setor automotivo elétrico e mudanças regulatórias em mercados-chave.
Entre as sete, a Amazon teve o crescimento mais modesto no período: apenas US$ 53 bilhões. Passou de US$ 2,307 trilhões para US$ 2,360 trilhões — um avanço discreto, mas que mostra certa estabilidade em um cenário mais volátil.