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Estoque de prata do mercado de Londres dispara e equivale ao peso de mais de 100 ônibus

Movimento reflete correção no mercado após escassez global e forte demanda na Índia; cofres londrinos receberam 54 milhões de onças do metal em um mês

Prata: mercado da metais se reequilibra após disparada de preços e escassez em Xangai e Nova York (asbe/iStock/Getty Images)

Prata: mercado da metais se reequilibra após disparada de preços e escassez em Xangai e Nova York (asbe/iStock/Getty Images)

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 01h03.

Os cofres de metais preciosos de Londres registraram, em outubro, a maior entrada mensal de prata em pelo menos nove anos. Foram adicionadas quase 54 milhões de onças troy — o equivalente ao peso de mais de 100 ônibus de dois andares —, revertendo a escassez que havia pressionado os preços internacionais do metal, segundo informações da Bloomberg.

A movimentação resultou de uma oportunidade de arbitragem entre os mercados de Londres, Nova York e Xangai após a disparada nas cotações provocada pela falta de oferta.

A demanda excepcional da Índia, e a intensificação das compras por fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em prata, no início de outubro, agravaram a escassez global. Naquele momento, os preços à vista em Londres chegaram a superar os de outros centros em até US$ 3 por onça, estimulando operações de arbitragem.

Operadores retiraram metal de armazéns nos Estados Unidos e na China e o enviaram por via aérea para o Reino Unido, aproveitando o diferencial de preços.

Mercado reage

O aumento expressivo das reservas londrinas indica que as operações de arbitragem conseguiram restabelecer parte do equilíbrio no mercado.

Com isso, os preços à vista em Londres voltaram a ser negociados ligeiramente abaixo dos contratos futuros de Nova York. No mês passado, cerca de 48 milhões de onças foram retiradas dos cofres da Comex, nos Estados Unidos, e 17 milhões de onças deixaram a Bolsa de Futuros de Xangai. Os ETFs de prata, que armazenam principalmente em Londres, também registraram saídas líquidas de cerca de 15 milhões de onças no mês.

Custos de empréstimo seguem altos e nova pressão pode surgir

Embora o fluxo de metal tenha aliviado a escassez, o custo do empréstimo de prata em Londres ainda é elevado, em torno de 5% ao ano para operações de um mês — bem abaixo, porém, das taxas acima de 30% registradas no pico da crise, segundo a Bloomberg.

A proximidade da temporada de casamentos na Índia — período tradicionalmente associado ao aumento da demanda por prata — pode manter o mercado sob relativa pressão.

Outro fator de risco é a inclusão do metal na lista de minerais críticos dos Estados Unidos, dentro da investigação da Seção 232 conduzida pelo presidente Donald Trump, que pode resultar em tarifas e novas restrições comerciais.

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