A Eve (Embraer) deve contar com 30 mil eVTOLs em operação até 2045, suficientes para transportar cerca de 3 bilhões de passageiros (Embraer / Divulgação)
Repórter de mercados
Publicado em 18 de junho de 2025 às 10h13.
A Eve Air Mobility, empresa da Embraer (EMBR3), anunciou nesta quarta-feira, 18, a assinatura de uma Carta de Intenção (LOI) com a Future Flight Global, startup com foco em aeronaves elétricas. O acordo prevê a compra de até 54 eVTOLs – aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical – com operações previstas no Brasil e nos Estados Unidos.
O anúncio reforça o posicionamento global da Eve, que já acumula um backlog robusto de pedidos não vinculantes, que inclui desde grandes companhias aéreas e operadoras regionais até empresas voltadas à mobilidade urbana – caso da própria Future Flight Global. “Ao aproveitar a tecnologia comprovada dos eVTOLs da Eve e nosso processo robusto de certificação, a Future Flight Global terá uma plataforma poderosa para oferecer transporte aéreo eficiente e sustentável em mercados de alta demanda”, afirmou Megha Bhatia, chief commercial officer da Eve, em comunicado.
A Future Flight pretende utilizar a operação para expandir sua presença no Brasil e acelerar a adoção da mobilidade aérea urbana. O CEO da empresa, Karan Singh, destacou que o projeto da Eve se destaca em critérios cruciais como desempenho, conforto, processo regulatório claro e escalabilidade industrial.
“Esperamos obter a certificação da ANAC e iniciar as operações desses eVTOLs no Brasil e em outros mercados de alta demanda em breve”, afirmou Singh.
O acordo ocorre logo após a Eve divulgar seu primeiro estudo de Perspectivas Globais de Mercado, que analisa o potencial da mobilidade aérea urbana nas próximas duas décadas. Segundo o levantamento, o segmento deve contar com 30 mil eVTOLs em operação até 2045, suficientes para transportar cerca de 3 bilhões de passageiros e potencia para gerar uma receita de US$ 280 bilhões.
O crescimento urbano acelerado e o aumento dos congestionamentos em grandes centros – como São Paulo, Nova York e Londres – são alguns dos principais motores dessa nova frente de mobilidade. Segundo a ONU, mais de 2 bilhões de pessoas viverão em áreas urbanas até 2050, o que intensifica a demanda por soluções de transporte mais rápidas, limpas e inteligentes.