Repórter
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 08h10.
A quarta-feira, 29, promete forte volatilidade nos mercados globais, com investidores atentos a três frentes principais: a decisão de juros do Federal Reserve (Fed), os balanços das gigantes de tecnologia e o encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul.
O Fed deve anunciar, às 15h, no horário de Brasília, um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica, levando os juros à faixa de 3,75% a 4,00%. A expectativa dos analistas é de que o presidente Jerome Powell mantenha o tom cauteloso diante da falta de dados econômicos recentes — consequência da paralisação do governo americano.
A coletiva de imprensa de Powell, às 15h30, deve ser acompanhada de perto. Investidores esperam sinais sobre novos cortes em dezembro e uma possível suspensão do programa de quantitative tightening (QT), que vem reduzindo o balanço do banco central.
Fica no radar também a possibilidade de a Nvidia (NVDA) ser a primeira empresa a alcançar uma avaliação de mercado de US$ 5 trilhões.
Além da reunião do FOMC, os EUA divulgam uma série de indicadores ao longo do dia. Às 9h30, saem os dados da balança comercial de bens e dos estoques do varejo.
Às 11h, atenção para os números de vendas de casas novas, enquanto às 12h30 o Fed de Atlanta publica nova estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.
O mercado também observa os estoques de petróleo, divulgados às 11h30, e o fluxo cambial brasileiro às 14h30.
Microsoft, Alphabet, controladora do Google, e Meta, do Facebook, apresentam seus balanços trimestrais após o fechamento das bolsas em Nova York. As três empresas estão no centro da disputa global por liderança em inteligência artificial e infraestrutura de nuvem.
A Microsoft deve mostrar novo crescimento da Azure, sua divisão de nuvem, impulsionada por parcerias com a OpenAI. Investidores avaliam se a empresa conseguirá expandir sua capacidade e manter a liderança frente à Amazon e Google Cloud.
A Meta, que tem investido pesado em data centers e sistemas de recomendação baseados em IA, deve enfrentar questionamentos sobre o retorno desses gastos no curto prazo. Embora siga dominante na publicidade digital, o foco do mercado está na rentabilidade das apostas em tecnologia.
Já a Alphabet busca comprovar a força do Google Cloud em meio à corrida da IA. Apesar do sucesso com produtos como o chatbot Bard, há dúvidas sobre a escalabilidade da infraestrutura da empresa.
Trump finaliza sua viagem à Ásia com uma reunião bilateral com Xi Jinping, marcada para esta quinta-feira, 30, em Busan, na Coreia do Sul. A expectativa é que o encontro reduza as tensões comerciais e leve à redução das tarifas americanas sobre produtos chineses em troca de medidas de Pequim contra o tráfico de fentanil.
"Estamos conversando com eles. Acho que vamos ter um resultado muito bom para o nosso país e para o mundo", disse Trump na véspera.
A melhora no diálogo entre as duas maiores economias do mundo animou os mercados. O S&P 500 futuro subia 0,2% na manhã desta quarta-feira, com as ações da Nvidia ganhando força após Trump citar os chips Blackwell como pauta do encontro com Xi.
No Brasil, o destaque fica para o resultado do Santander Brasil, que reportou lucro líquido de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre — alta de 9,4% em relação ao ano anterior. A rentabilidade subiu para 17,5% e a carteira de crédito atingiu R$ 688,8 bilhões.
Apesar de cenário macroeconômico desafiador, o banco reduziu despesas e melhorou o mix de captação, com maior foco no cliente pessoa física. As ações do setor bancário podem reagir positivamente.
S&P 500 futuros: +0,2%
Nasdaq 100 futuros: +0,4%
Dow Jones futuros: estável
Stoxx 600 (Europa): +0,2%
DAX (Alemanha): -0,1%
CAC 40 (França): estável
FTSE 100 (Reino Unido): +0,5% (novo recorde)
Microsoft (MSFT): divulga resultados hoje; ações sobem no pré-mercado
Alphabet (GOOGL): expectativa de crescimento em nuvem e IA
Meta (META): foco em retorno dos investimentos em IA
Nvidia (NVDA): +3% no pré-mercado após citação de Trump sobre chips Blackwell
Santander Brasil (SANB11): lucro de R$ 4 bilhões anima setor bancário
Glencore, Mercedes-Benz, BASF e UBS: alta após divulgação de resultados positivos na Europa